Fatores de risco associados à constipação intestinal e incontinência fecal em idosos do município de São Paulo - Estudo SABE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gomes, Sâmia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-08062022-143136/
Resumo: Introdução: Com o envelhecimento populacional, resultado da transição demográfica e epidemiológica vivenciada nas últimas décadas, observa-se maior prevalência de afecções crônicas, em especial entre os idosos, capazes de impactar negativamente no natural declínio fisiológico e funcional que ocorre com o avançar da idade. Nesse estudo, foram analisadas duas condições com significativo impacto na qualidade de vida desse grupo etário: incontinência fecal (IF) e constipação intestinal (CI). A IF é caracterizada pela eliminação involuntária de fezes. Estudos mostram que a incidência de IF pode chegar à 17% e a prevalência, 42,8% em idosos institucionalizados, não sendo encontrados dados de prevalência em idosos na comunidade. Já, a CI é um transtorno crônico do trânsito intestinal onde há dificuldade em evacuar, pode ocorrer, igualmente, sensação de evacuação incompleta ou movimentos intestinais incompletos. A incidência de CI em idosos pode chegar a 23,1%. Tanto a CI quanto a IF têm maior incidência em mulheres idosas. Objetivos: Verificar a incidência e fatores de risco associados à ocorrência de IF e CI em idosos residentes no município de São Paulo. Método: Estudo longitudinal de base populacional que utilizou os dados do Estudo SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), com amostragem probabilística representativa, onde foram avaliados 828 pessoas com idade igual e superior a 60 anos em, dos anos de 2010 e 2015. A identificação de CI e IF foi obtida pelo relato dos idosos em 2015 e, sua ausência em 2010. A regressão logística foi utilizada para avaliar os fatores associados à IF e CI. Resultados: A incidência de IF foi de 7,2% e de CI foi de 15,0%. Os fatores associados à incidência de ambas as condições foram analisados por sexo. Entre as mulheres, a incidência de IF associou-se ao relato de saúde autorreferida como regular (OR=2,89), ruim/muito ruim (OR=5,45); ao número de doenças autorreferidas, considerando uma ou mais doenças (OR=1,67); ao uso de medicamentos antidepressivos (OR=4,18); à dificuldade de locomoção (OR=4,79) e à presença de doença articular (OR=0,12). Entre os homens, foram identificadas associações com doenças cerebrovasculares (OR=15,81), doenças articulares (OR=0,17) e doenças cardíacas (OR=0,09) e ingestão de mais que cinco copos de líquidos por dia (OR=3,81). Para a constipação intestinal (IC), entre as mulheres, os fatores associados foram: anos de estudo, aumentando conforme aumentavam os anos de estudo, 1 a 3 anos (OR=3,77), 4-7 anos (OR=5,56) e 8 anos ou mais (OR=5,85); presença de dor crônica (OR=1,83); uso de laxantes (OR=3,09) e, o número de refeições/dia (OR=0,38) como fator de proteção. Já entre os homens, os fatores associados foram: faixa etária de 70-74 anos (OR=4,24); 4-7 anos de estudo (OR=7,86) e 8 anos ou mais (OR=6,73) e número de doenças referidas (OR=0,59). Conclusão: A incidência de CI é o dobro da encontrada para IF sendo mais acentuada em mulheres (IF=5,09% e IC =10,39%) do que para o sexo masculino (IF=2,11% e CI =4,58%). Os fatores associados encontrados relacionam-se à presença de condições crônicas e seu tratamento mostrando a necessidade de atualização dos profissionais de saúde para essa abordagem.