Os rios do imaginário sul-americano: sobre sentidos e projeto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ozzetti, Tatiana Galati
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-09012018-122425/
Resumo: Esta pesquisa investiga a construção do imaginário relacionado aos rios sul-americanos, através do estudo de experiências e projetos significativos e emblemáticos sobre o tema, buscando refletir acerca de seus sentidos e especulando sobre as interações possíveis entre imaginação e projeto. Ao olhar para a história sul-americana, procura-se identificar formas de pensar e tratar os rios, focando nos seus sentidos continentais. Como introdução à reflexão sobre esse imaginário, parte-se do estudo de alguns aspectos singulares de determinadas civilizações pré-colombianas, centrando-se na maneira com que constroem a paisagem através dos recursos hídricos, partindo da percepção de que estas experiências até hoje instigam a imaginação. Estuda-se, na sequência, um conjunto de viagens fluviais que também contribuíram para a formação do imaginário fluvial sul-americano. As primeiras viagens, realizadas no início do século XIX, tiveram como precursor Alexander von Humboldt e trouxeram um novo olhar para a paisagem americana e, consequentemente, para seus rios. A década de 1980 também concentrou importantes expedições fluviais; é quando os irmãos Georgescu partem de Caracas (Venezuela) a fim de comprovar que a integração fluvial é possível, marcando uma retomada do tema e consolidando um pensamento sobre os rios. Investiga-se também os sentidos relacionados ao domínio da natureza e à transformação da paisagem pelo homem através dos principais projetos de infraestrutura elaborados - como os planos de interligação das bacias do Orinoco, Amazonas e do Prata, que viabilizariam o sistema de hidrovias sul-americano - para, enfim, refletir sobre como o tema é tratado no campo da arquitetura e do urbanismo. Isso é feito através do estudo de projetos emblemáticos que trazem conceitos importantes, em que as águas interiores tem papel fundamental, como alguns estudos de Paulo Mendes da Rocha e seu discurso sobre o território americano. O pensamento sobre os sentidos estruturais dos rios, sobre as possiblidades e o potencial de suas águas continentais, chega aos dias atuais, à ideia da Metrópole Fluvial e ao projeto do Hidroanel Metropolitano de São Paulo, objeto de estudo do segundo capítulo. Entende-se que se trata de um projeto singular que sugere um novo horizonte para o enfrentamento das questões urbanas e territoriais, e aponta para uma direção que parece permitir olhar o continente de outra forma e imaginar um futuro diferente.