O campo artístico do homem: a mulher e o sujeito lírico na poesia de Murilo Mendes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Destri, Luisa de Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-04042017-152851/
Resumo: Este trabalho propõe uma leitura da poesia amorosa de Murilo Mendes, buscando no recorte temático um ponto de vista de onde se podem observar os aspectos mais constitutivos da obra do autor A mulher é o grande campo artístico do homem, afirmou o poeta, propondo ele mesmo essa relação. Parte-se da constatação de que em sua trajetória convivem visões antagônicas do amor e da mulher: a inspiração surrealista propõe uma concepção amorosa que visa à vida pública e à emancipação feminina, enquanto a visão de mundo católica subordina o amor ao desenvolvimento espiritual, muitas vezes reduzindo a mulher a uma categoria. Essa contradição, investigada principalmente em poemas de A poesia em pânico (1936-1937) e As metamorfoses (1938-1941), torna possível discutir uma das mais problemáticas e decisivas questões da obra muriliana a combinação entre surrealismo e catolicismo. Defende-se a hipótese de que as contradições surgidas dessa conciliação de opostos vão sendo superadas à medida que se desenvolve uma nova concepção de história, flagrada em composições de Mundo enigma (1942) e Poesia liberdade (1943-1945) que confrontam de modo novo mundo público e poesia pessoal. De um ponto de vista que se quer ao mesmo tempo diacrônico (porque considera a trajetória) e sincrônico (porque procura delimitar concepções específicas do amor e da mulher), buscam-se as razões para que o lirismo amoroso se concentre em poemas escritos nas décadas de 1930 e 1940, já que Murilo Mendes produziu pelo menos de 1925 a 1974.