Duas faces da mesma moeda: alcance e limites das microfinanças na luta contra a pobreza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Coêlho, Fabiano Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-02072007-155130/
Resumo: Com o objetivo de concluir quanto ao alcance e aos limites das microfinanças na luta contra a pobreza, este trabalho contém duas partes principais, sendo uma centrada na discussão sobre desenvolvimento e a outra enfocando a literatura empírica sobre impacto de programas de microfinanças e de microcrédito em seus beneficiários. Tendo por base a discussão realizada dos estudos empíricos mais rigorosos, em termos de isolamento do efeito da participação em programas financeiros voltados aos pobres ? isto é, basicamente, estudos que controlaram as variáveis observáveis e as não observáveis ?, pode-se concluir que as iniciativas microfinanceiras podem trazer benefícios diretamente aos componentes de famílias pobres. Tais benefícios estão ligados principalmente à esfera da estabilização do consumo. Por outro lado, deve-se reconhecer que, apesar de seus benefícios bastante apreciáveis, as microfinanças não podem ser consideradas uma espécie de panacéia. Em relação a essa questão, o mérito deste trabalho está em discutir essas limitações não tão-somente do ponto de vista dos resultados que não são encontrados pelos estudos, mas também sob o enfoque amplo da compreensão das bases de funcionamento da sociedade. De acordo com a linha de análise adotada, apoiada em textos de Celso Furtado e de Milton Santos, a sociedade subdesenvolvida se pautaria, por seu funcionamento, por criar uma massa de subaproveitados, e tal fator pode ser visto como uma peça-chave para compreender a economia dos pobres e seus princípios de organização que, por sua vez, constituem o contexto onde operam as microfinanças. Assim, essa visão do subdesenvolvimento, além de contribuir para o entendimento da vida econômica dos pobres, contribui de maneira decisiva para a delimitação das possibilidades das iniciativas microfinanceiras, não esperando delas solução para dificuldades criadas e realimentadas, fundamentalmente, pelo modo como a sociedade funciona. Entre as questões suscitadas a partir dos achados empíricos discutidos, o trabalho referese, ainda, ao aparato regulatório sobre o setor microfinanceiro no Brasil, considerando o seu eventual aprimoramento, no sentido de tornar as iniciativas potencialmente mais benéficas aos pobres.