Relação entre laudos clínicos e autópsias em adolescentes com doenças crônicas de um centro terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ribeiro, Maíra Pieri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-16022023-162532/
Resumo: Objetivo: Avaliar a discordância entre diagnóstico clínico de óbito e achados de autópsias em adolescentes com doenças crônicas. Métodos: Estudo transversal de uma amostra de autópsias de adolescentes que faleceram em um hospital terciário de crianças e adolescentes ao longo de 18 anos consecutivos. Nesse período, ocorreram n=2.912 óbitos e n=581/2.912 (20%) ocorreram em adolescentes. Destes, n=85/581 (15%) tinham autópsias e foram analisadas. Os resultados foram divididos em dois grupos: Goldman classes I ou II (alta discordância entre diagnóstico clínico principal de óbito e achados anatomopatológicos, n=26) e Goldman classes III, IV ou V (baixa ou nenhuma discordância entre esses dois parâmetros, n= 59). Resultados: A mediana da idade no óbito [13,5 (10-19) vs. 13 (10-19) anos, p=0,495] e duração da doença [22 (0-164) vs. 20 (0-200) meses, p=0,931], e as frequências para sexo masculino (58% vs. 44%, p=0,247) foram semelhantes entre classes I/II versus classes III/IV/V. As frequências de pneumonia (73% vs. 48%, p=0,029), abscesso pulmonar (12% vs. 0%, p=0,026), bem como isolamento de levedura (27% vs. 5%, p=0,008) e vírus (15% vs. 2%, p=0,029) identificados na autópsia foram significantemente maiores nos adolescentes com classes Goldman I/II em comparação com aqueles com classes Goldman III/IV/V. Em contrapartida, o edema cerebral foi significantemente menor nos adolescentes do primeiro grupo (4% vs. 25%, p=0,018). Conclusões: Este estudo mostrou que 30% dos adolescentes com doenças crônicas apresentaram grande discrepância entre diagnóstico clínico do óbito e achados da necropsia, causados principalmente por infecções. Pneumonia, abscesso pulmonar, bem como isolamento de leveduras e vírus foram identificados nos achados da autópsia nos grupos com maiores discrepâncias