Entre a obrigatoriedade e as reformas curriculares: professores e professoras de sociologia do ensino médio paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marpica, Natália Salan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28112018-160654/
Resumo: Entre idas e vindas na história do currículo escolar desde o século XIX, a Sociologia como disciplina do ensino médio volta a ser debatida. Com o fim da ditadura militar no país e desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, ganhou status diferente na legislação a cada mudança de governo. Na busca por compreender as especificidades da docência nesta área, objetivo central desta tese, foram adotados dados quantitativos e qualitativos, baseados em entrevistas com onze professores e dez professoras, em cargos efetivos de Sociologia no ensino médio da rede estadual paulista. Trajetórias, condições de trabalho e conteúdos e contornos que esta disciplina assumiu por meio dos professores foram os elementos verificados para apreender sua unicidade, no intervalo entre sua obrigatoriedade, em 2008, e a confusa condição de estudos e práticas, colocada pela reforma do ensino médio instituída em 2017. Os resultados mostram um cenário de equilíbrio numérico entre professores e professoras no quadro docente, um traço de sua singularidade. Sua incorporação recente ao currículo obrigatório se desdobra em ausência de referências comuns e condições de trabalho mais frágeis, com grande acúmulo de atividades e menores médias salariais. Entre ser uma escolha e uma possiblidade, as Ciências Sociais, como formação voltada à compreensão do mundo social, e a docência, como alternativa de inserção profissional, atraem professores e professoras com origem na classe trabalhadora, cujas biografias são permeadas pelas artes e pelo universo político, que se deslocam aos sentidos atribuídos à Sociologia no ensino médio. O cotidiano dos alunos é abordado como objeto de estudo pelos professores, numa tentantiva de conferir maior democratização do conhecimento escolar. É, também, lugar de fruição, em que a Sociologia é adotada como suporte para promover a vivência e a reflexão de relações sociais na escola. Alunos e alunas ganham protagonismo com o apoio dos professores de Sociologia, que entendem o fortalecimento das demandas estudantis como parte de seus trabalhos. Na combinação entre o movimento em torno de seu status na legislação educacional, e as falas dos professores e professoras de Sociologia, com seus medos e inquietações, tem-se uma fração relevante dos embates que circunscrevem a escola pública na história recente do país.