Papel do edema miocárdico após procedimentos de revascularização avaliado por ressonância magnética cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ribas, Fernando Faglioni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-25112022-172807/
Resumo: Introdução: Evidências sugerem que o edema miocárdico (EM), observado à ressonância magnética por meio do aumento da intensidade do sinal em sequencias ponderadas em T2, representa uma forma de injúria cardíaca. Entretanto, o seu surgimento após procedimentos de revascularização miocárdica e a associação com a liberação de biomarcadores de necrose miocárdica permanecem incertos na literatura. Métodos: Pacientes portadores de doença coronariana multiarterial com indicação de revascularização miocárdica foram incluídos. Foram mensuradas troponina I de alta sensibilidade (c-TnI) e CK-MB seriadas. Foram realizadas ressonâncias magnéticas cardíacas (RMC) antes e após os procedimentos, e identificados o hipersinal T2 (HT2) e o realce tardio (RT). Comparou-se a relação entre biomarcadores e HT2, com e sem RT. Resultados: De 219 pacientes, 23 foram excluídos, sendo 196 avaliados neste estudo. Da amostra, 40 (20%) pacientes apresentaram HT2 após os procedimentos de revascularização (Grupo 1), e 156 (80%) pacientes não apresentavam HT2 (Grupo 2). Os valores do pico de liberação de c-TnI foram 8,9 (4,5-23,2) ng/mL e 1,6 (0,4-3,5) ng/mL (p<0,0001), e de CK-MB foram 44,7 (23,2-81,6) ng/mL e 12,1 (3,7-22,3) ng/mL (p<0,0001), respectivamente nos Grupos 1 e 2. Após estratificação pela presença de novo RT, 149 pacientes (75%) não apresentavam HT2 ou RT (Grupo A), 9 (5%) apresentavam HT2, sem RT (Grupo B), 7 (4%) apresentavam apenas RT (Grupo C), e 31 (16%) apresentavam HT2 e RT (Grupo D). Os valores do pico de liberação de c-TnI foram: 1,5 (0,4-3,2) ng/mL, 5,4 (4,3-12,4) ng/mL, 5,0 (3,1-11,2) ng/mL, e 9,8 (5,0-31,5) ng/mL (p<0,0001), respectivamente nos Grupos A, B, C e D. Os valores do pico de liberação de CK-MB foram 12,0 (3,7-22,7) ng/mL, 44,7 (9,6-69,4) ng/mL, 18,3 (11,5-31,3) ng/mL, e 42,8 (24,9-95,7) ng/mL (p<0,0001). Na comparação entre os grupos A e B, a diferente liberação de c-TnI (1,5 x 5,4 ng/mL, p<0,0001), e CK-MB (12,0 x 44,7 ng/mL, p=0,01) foram estatisticamente significativos. Em análises secundárias, a fração de ejeção no grupo 1 apresentou uma redução média de 4,4%, enquanto que no grupo 2 houve aumento médio de 2,2% (p=0,057) Quanto aos desfechos clínicos, foram observados em 9 (22,5%) pacientes do Grupo 1 e 19 (12,2%) pacientes do Grupo 2 (HR 2,04; IC 95% 0,92 4,53; p=0,07). Conclusões: Neste estudo, o surgimento do edema miocárdico após procedimentos de revascularização foi associado a maior liberação de biomarcadores de necrose, acentuou o dano miocárdico em pacientes com realce tardio novo, e apresentou tendência de redução na função ventricular esquerda, indicando a evidências de dano miocárdico relevante após procedimentos de revascularização