Percursos da formação de Chris Marker: cinema militante, dissidência e profanação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Leonel, Nicolau Bruno de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-24112015-163738/
Resumo: Chris Marker é um cineasta que realizou documentários políticos pouco convencionais ao longo de quase sessenta anos de carreira. Depois de uma militância ativa e inserida no coração de acontecimentos cruciais na França e na Europa, e de uma carreira literária como editor, ensaísta e romancista, natural que seus filmes, vistos isoladamente, provoquem as mais equivocadas interpretações. Esta pesquisa procura, através de um levantamento de seus filmes e escritos, dos debates que foram se travando sobre a vida nacional francesa e mundial, sempre retomando os fios dos acontecimentos decisivos do período do Front Populaire (1936), da ocupação da França pelos nazistas e das lutas de Resistência buscar uma interpretação para muitos dos aspectos aparentemente desconcertantes de sua filmografia. Ao longo dos capítulos a pesquisa aborda, a partir de documentação esparsa em textos, declarações, debates, frases de filmes, os elementos biográficos \"enigmáticos\" de que se tem conhecimento, dada a discrição do cineasta sobre a sua pessoa. Em seguida o momento crucial da entrada de Marker, com 16 anos, no liceu em Paris e turbulências do ano de 1936, na França, discorre sobre o Front Populaire. Depois foca o nascimento de uma corrente, da qual Chris Marker participa, influenciada pela filosofia personalista de Emmanuel Mounier; e depois sua passagem pela revista Esprit e posteriormente a sua integração nas lutas da Resistência. Seguindo os passos do futuro cineasta, aborda o impacto da Resistência na vida militante e a formação dos cineclubes no meio operário com a Associação Peuple et Culture. Toda esta trajetória é permeada por comentários e análises de cenas dos futuros documentários. Por fim a pesquisa, aborda a problemática do cinema militante, analisando L\'ambassade (1973), filme de solidariedade com a Unidade Popular chilena e contra o golpe de Pinochet e o curta sobre o editor François Maspero. Os últimos percalços de nosso percurso busca construir um debate sobre A. Medvedkine e V. Maiakóvsky e a profanação da arte moderna, procurando investigar como na obra de Chris Marker coincidem cinema militante, cinema experimental, cinema ensaio e cinema documentário.