A experiência da paternidade na meia-idade na perspectiva de pais, mães e seus/suas filhos(as)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Colleti, Mayara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-04012018-221931/
Resumo: O conceito de paternidade e sua vivência tornaram-se alvos de intensa investigação na literatura científica a partir do início dos anos 1970. Os estudos realizados destacam os acelerados processos de mudanças estruturais e organizacionais que incidem na família e na sociedade, que redefinem constantemente o entendimento que se tem sobre a paternidade, intensificando assim, o interesse em compreender a vivência paterna nos mais diversos contextos. Apesar da discussão que gravita em torno dessa temática, no que diz respeito à idade, os estudos existentes se concentram na vivência de pais adolescentes e adultos e na relação destes com seus filhos e companheiras. O objetivo do presente estudo foi compreender a experiência da paternidade na meia-idade a partir da perspectiva de pais, mães e filhos envolvidos. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo, de corte transversal, amparado na abordagem qualitativa de pesquisa, no qual utilizou-se o estudo de caso múltiplo como estratégia metodológica. Os participantes deste estudo foram membros de quatro famílias, denominadas de: Família Campos, Família Sampaio, Família Azevedo e Família Pires. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: (a) Formulário de Dados Sociodemográficos, que engloba o Critério de Classificação Econômica Brasil; (b) Roteiro de Entrevista Semiestruturada realizada com o pai; (c) Roteiro de Entrevista Semiestruturada realizada com a mãe; (d) Roteiro de Entrevista Semiestruturada realizada com o(a) filho(a); (e) Desenho da Família (DF), aplicado nos filhos menores de 12 anos; (f) Genograma, aplicado a todos os membros da família em conjunto e, (g) Diário de campo. As entrevistas foram gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas na íntegra. O corpus de pesquisa foi organizado por meio de análise de conteúdo temática e a análise e interpretação dos dados pautou-se na teoria psicanalítica e na literatura disponível sobre o tema da paternidade. A partir da análise do material coletado, pôde-se elaborar, em diálogo com a literatura, três categorias temáticas: (a) Construindo uma família: Adaptações da conjugalidade às novas experiências de ser pai; (b) Que pai eu sou e que pai eu quero ser? e, (c) Potencialidades e dificuldades da paternidade na meia-idade. Os resultados permitiram desvelar a paternidade na meia-idade como uma vivência composta por múltiplas articulações. A conjugalidade e a reavaliação do modelo transmitido pelo próprio genitor revelaram-se como aspectos importantes no exercício paterno e nas expectativas em relação ao desempenho desse papel. Dentre as especificidades da experiência paterna na meia-idade, a maturidade e a estabilidade financeira foram apontadas como potencialidade desejáveis dessa vivência, enquanto que a indisposição física e o receio de talvez não ser capaz de acompanhar o processo de desenvolvimento da(o) filha(o) foram caracterizados como barreiras/dificuldades. Espera-se que este estudo possa fomentar novas investigações acerca da vivência paterna em diferentes etapas do ciclo de vida, a partir do relato dos seus próprios protagonistas e daqueles que com eles compartilham tal vivência.