Mrs. Dalloway: masculino, feminino e feminismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Luis Antonio Soares da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8164/tde-21082024-105810/
Resumo: O objetivo desta tese é uma leitura social do romance Mrs. Dalloway com foco nas figurações do poder patriarcal; portanto, as personagens masculinas serão estudadas com o intuito de destacar os privilégios que lhes são concedidos no território do patriarcado e as personagens femininas em sua existência numa sociedade sob esta dominação. Para tanto, nossa intenção é justapor ao romance os textos em primeira pessoa da autora diários, correspondência, autobiografia assim como os ensaios em que suas ideias e seus ideais feministas são manifestados. Ao explorar os registros feitos pela autora sobre a criação de seus textos, enfatizamos a importância do experimentalismo em sua obra e ratificamos a possibilidade da narrativa romanesca estar permeada tanto por arte quanto por panfleto. Nossa análise está dividida em cinco partes: a primeira centrada nas motivações para a criação do enredo, a segunda com foco nos vários perfis da protagonista e as demais cada qual dedicada a uma personagem masculina e os signos que deles denotam: Peter Walsh, a carreira universitária e a autonomia por optar tanto pelo casamento quanto pelo divórcio, dentre outros privilégios concedidos ao seu gênero; Richard Dalloway, figura pública a perfazer com exatidão o perfil da virilidade, o matrimônio como contrato social e suas aparências, e o ônus do provedor do lar; e Septimus Warren Smith, o saldo da Grande Guerra, a sexualidade do soldado, a exposição das fragilidades e dos limites da mente e do corpo, além do tratamento confuso e incipiente dado ao transtorno pós-traumático pela psicanálise. Virginia Woolf ansiava por uma reforma por parte das mulheres avalizada pelos homens. Em nossa análise, exporemos o protesto da romancista inglesa presente na ficção tanto quanto no ensaio, pela representação de uma sociedade que outrora podia ser classificada como paternalista e discriminatória. Iluminará nossa leitura os estudos de Pierre Bourdieu, Elizabeth Badinter, Sócrates Nolasco, Elaine Showalter, dentre outros especialistas.