Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Felipe Lourenço |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-07012022-133039/
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Resumo: |
Introdução: O choque cardiogênico (CC) é a manifestação clínica da insuficiência circulatória causada por doença cardiovascular e é o principal responsável pela morte de pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). O suporte circulatório mecânico é parte essencial do manejo do CC sendo comumente usado para fornecer débito sanguíneo adequado aos pacientes com instabilidade hemodinâmica grave. A oxigenação por membrana extracorpórea venoarterial (ECMO VA) pode ser uma estratégia útil para ganhar tempo até a recuperação da função cardíaca. No entanto, em um número expressivo de pacientes, a função cardiovascular não será reestabelecida, e os pacientes morrerão ou necessitarão de dispositivo de longo prazo ou transplante cardíaco. O objetivo deste estudo foi investigar fatores clínicos e relacionados à ECMO associados à recuperação cardíaca em pacientes com suporte de ECMO VA por choque cardiogênico secundário a infarto agudo do miocárdio e desenvolver um escore para prever o sucesso do desmame da ECMO. Métodos: Este é um estudo retrospectivo realizado no Hospital Pitiè-Salpetriêre em Paris, França. Foram revisados e analisados todos os prontuários médicos consecutivos de pacientes com suporte de ECMO VA por choque cardiogênico após infarto agudo do miocárdio (IAM) entre junho de 2006 e junho de 2017. Resultados: Duzentos e setenta e oito pacientes foram submetidos à ECMO após choque cardiogênico de etiologia isquêmica, e destes, 32% estavam vivos sem qualquer suporte circulatório mecânico nem transplante no 60º dia. Na análise multivariada, os pacientes que apresentaram recuperação da função cardiaca foram submetidos a revascularização completa mais frequentemente (HR 0,551 IC95% [0,351 - 0,862], p=0,009), apresentavam menor escore SAPS II na admissão (HR 1,024 IC95% [1,010 - 1,039], p 0,001), menor pontuação de Charlson (HR 1,148 CI95% [1,009 - 1,306], p 0,036), maior VTI (HR 0,887 IC95% [0,828 - 0,949], p < 0,001) e maior fração de ejeção (HR 0,767 IC95% [0,471 - 0,96], p 0,041) 48 horas antes do desfecho primário. Para o desfecho secundário, a população foi dividida aleatoriamente em dois grupos. A primeira amostra (grupo A) com 137 pacientes e a segunda amostra (grupo B) com 100 pacientes. No grupo A, foram identificados os preditores de recuperação definidos como ficar fora de ECMO por mais de 48 horas e foi construído um escore de desmame. Em seguida, aplicou-se essa pontuação no grupo B para validação. O sucesso do desmame foi previsto pela pressão de pulso (OR 0,911 IC95% [0,866 - 0,957], p < 0,001) e VTI (OR 0,641 IC95% [0,641 - 0,823], p < 0,001). O modelo de regressão logística foi aplicado e foi encontrada uma área sob a curva de 0,961. Conclusões: Em uma série de 278 pacientes com choque cardiogênico após infarto agudo do miocárdio que necessitaram de suporte com oxigenação por membrana extracorpórea, os fatores preditores de recuperação miocárdica foram: revascularização completa, menor pontuação nos escores de SAPS II e de Charlson à admissão, e maiores valores de VTI e de fração de ejeção 48 horas antes da retirada do dispositivo. A detecção desses fatores auxiliará os clínicos na tomada de decisão para o desmame da ECMO no choque cardiogênico |