Efeito da maturidade sobre a composição em fibra, celulose, lignina estuca e digestibilidade “in vitro” do capim Napier (Pennisetum Purpureum, Schum.) e soja perene (Glycine Wightii)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1971
Autor(a) principal: Silveira, Antonio Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144445/
Resumo: O capim Elefante (Pennisetum Purpureum, Schum.), variedade Napier, foi estudado entre 45 e 225 dias de crescimento vegetativo, a intervalos regulares de 30 dias, de modo a se obter informações " do efeito da maturidade sobre os componentes da parede celular e a digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose. Num trabalho complementar, o mesmo estudo foi levado a efeito com a Soja Perene (Glycine Wightii), cortada aos 90, 180 e 270 dias de crescimento vegetativo s aos 30, 60, 90 e 120 dias de vegetação na rebrota. Com a maturidade i os constituintes fibrosos do capim Napier aumentaram significativamente. A fibra bruta e a fibra em ácido detergente passaram de 24,35% e 29,97% no primeiro estádio, para 44,32% e 49,80% na Última amostragem efetuada. A celulose determinada pelo processo de Crempton e Waynard e pelo método da fibra em ácido - detergente aumentou de 24,53% e 24,28% no primeiro corte para 36,90% e 36,64% no último estádio, de maturidade, mas, aumentos significativos só foram detectados até 135 dias de vegetação. O teor de lignina passou, no período estudado de 180 dias, de 3,31% para 9,58%, ao passo que a composição em sílica aumentou de 2,23% para 3,37% no mesmo espaço de tempo. O valor nutritivo do capim Napier diminuiu com a maturidade, pois, os coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca (71,64%) e da celulose (76,91%), considerados altos no primeiro estádio, declinaram significativamente quando a planta foi cortada aos 225 dias de crescimento vegetativo (47,35% e 42,33%, respectivamente). Altos e significativos coeficientes de correlação foram encontrados entre os constituintes da parede celular e a digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose do capim Napier. Com a maturidade, os comprometes da parede celular da Soja Perene cortada aos 90, 180 e 270 dias de crescimento vegetativo aumentaram significativamente, desde que os teores de fibra bruta, fibra em ácido detergente, celulose pelo método de “Crampton e Maynard”, celulose da fibra em ácido detergente, lignina e sílica passaram de 32,96%, 38,20%, 27,95%, 27,11%, 9,95% e 0,32% no primeiro estádio para 41,69%, 48,53%, 32,55%, 31,79%, 14,65% e 0,75% no último corte estuado. No mesmo período de tempo, os coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose diminuíram significativamente, passando de 60,17% e 50,08% aos 90 dias para 48,98% e 41,28%, 270 dias de crescimento vegetativo, fazendo com que altos e significativos coeficientes de correlação fossem encontrados entre os coeficientes de digestibilidade e os componentes da parede celular. Pela comparação dos resultados obtidos para o capim Napier e para a Soja Perene, observou-se que a leguminosa apresentou em média, uma maior porcentagem da lignina (12, 05%), mas uma menor porcentagem de fibra em ácido detergente, (29,75%) e sílica (0,49%) que a gramínea (6,99%, 43,28% e 2,83% respectivamente). Com relação à celulose e fibra bruta, notou-se que, os teores determinados para as duas plantas forrageiras foram bastante próximos, desde que para a Soja Perene obteve-se em média, respectivamente, 29,75% e 37,45% e para o capim Napier, 33,09% e 37,25% o considerando um mesmo período de vegetação de 180 dias para as duas espécies estudadas, foi observado que a queda unitária nos coeficientes de digestibilidade "in vitro" da matéria seca e da celulose do capim Napier (24,29 e 34,58 unidades) foi mais acentuada que a queda nos coeficientes de digestibilidade da Soja Perene (11,19 e 8 ,80 unidades respectivamente).Observou-se que na rebrota da Soja Perene, o crescimento vegetativo foi responsável por aumentos nos constituintes da parede celular, mas somente até os 60 dias, sendo que nos cortes subsequentes, aos 90 e 120 dias de vegetação, houve uma tendência de estabilização. Como consequência, os coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca e celulose só apresentaram decréscimos a e o cor te de 60 dias. Na comparação entre o efeito da maturidade sobre a Soja Perene no primeiro crescimento e a Soja Perene na rebrota, notou- se que os coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose declinaram mais rapidamente, num período de 180 dias no primeiro ano de vegetação (11,19 e 8,80 unidades) que por um período de 90 dias de crescimento na rebrota (5,00 e 2,95 unidades). Observou-se ainda, que os coeficientes de digestibilidade "in vitro" do primeiro (30 dias) e segundo (60 dias) cortes da rebrota, foram semelhantes aos dois primeiros cortes (90 e 180 dias) da Soja, colhida no primeiro ano de crescimento vegetativo, mas que no corte subsequente o coeficiente de digestibilidade para a rebrota foi sempre mais alto. Foi observado que a fibra em ácido detergente das plantas forrageiras estudadas era sempre de 4 a 7 unidades maior que a fibra bruta, sendo tal fato atribuído à perda da lignina no processo de determinação de fibra bruta pelo processo tradicional de Weende. Considerou-se também, que além de estimar melhor os constituintes fibrasos das forragens, o processo da determinação da fibra em ácido detergente permite a obtenção da lignina, celulose e sílica, numa mesma amostra de forragem, fornecendo elementos para a observação da qualidade da fibra. Verificou-se que a fibra bruta fornece uma ideia mais real dos constituintes fibrosos do capim Napier em estádios mais avançados de maturidade, mas, para a Soja Perene, nos estádios iniciais de desenvolvimento, como consequência da melhor retenção da lignina. Observou-se também que, apesar dos inconvenientes do processo de determinação de fibra pela digestão com hidróxido de sódio, a fibra bruta mostrou-se significativamente correlacionada com todos as outros constituintes da parede celular e com a digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose. Os valores determinados., para a celulose pelo método de "Crampton e Maynard" e pelo da fibra em ácido detergente foram praticamente iguais, sendo que o coeficiente de correlação obtido para as duas variáveis foi de 0,99. Partindo-se dessa observação, postulou-se que a lignina da Soja Perene, que apresenta um baixo teor de sílica, poderia ser estimada pela subtração da celulose, determinada pelo método de “Crampton e Maynard”, da fibra em ácido detergente.