Efeito da maturidade da planta e diferentes tratamentos sôbre a digestibilidade “in vitro” de silagens de capim elefante, variedade Napier (Pennisetum purpureum, Schum.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1970
Autor(a) principal: Silveira, Antonio Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20240301-153619/
Resumo: No presente trabalho, ensaios de fermentação “in vitro” foram efetuadas para a determinação do efeito da maturidade e de tratamentos sôbre a digestibilidade de capim Napier (Pennisetum purpureum, Schum.) não ensilado e ensilado sob diferentes tratamentos. Para isso, utilizou-se como fonte de inóculo um carneiro com fístula ruminal permanente, mantido em uma dieta de feno de alfafa. Num ensaio preliminar, determinou-se o melhor tempo de fermentação para a técnica do rúmen artificial, usando-se como forragem índice o próprio capim Napier com dois meses de vegetação. Verificou-se que houve um acréscimo linear significativo na digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose, à medida que o período de fermentação aumentou de 24 para 48 horas. O período de 48 horas sendo o que apresentou os mais altos coeficientes de digestibilidade, foi por isso adotado para as subsequentes determinações de fermentação “in vitro” do presente trabalho. Em amostras do capim Napier colhidas aos 51, 96, e 121 dias de crescimento vegetativo, após um corte de igualação, estabeleceu-se a relação haste-fôlha (lâmina e bainha) e, em cada fração determinou-se a composição em matéria seca e celulose, bem como, a digestibilidade “in vitro” dêsses princípios nutritivos. Observou-se que, enquanto os teores em matéria seca e celulose aumentaram com a maturidade da planta, seus coeficientes de digestibilidade diminuíram, tanto para hastes como para fôlhas. Em cada estágio de maturação, num delineamento experimental em “Split-plot”, silagens foram confeccionadas em sacos plásticos, sendo o material a ser ensilado submetido aos seguintes tratamentos: silagem comum, silagem com adição de 3% de melaço, silagem com adição de 30% de cana de açúcar picada, silagem com capim submetido a murchamento prévio e silagem com capim submetido a murchamento com adição de 3% de melaço. A maturidade reduziu significativamente a digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da celulose tanto da forragem não ensilada como da submetida à ensilagem sob os diferentes tratamentos. A ensilagem fez diminuir os coeficientes de digestibilidade da matéria seca do capim Napier, porém o declínio observado nas silagens que receberam melaço não foi estatisticamente significativo. Quando as silagens foram comparadas entre si, observou-se que os coeficientes das amostras que receberam melaço ou cana de açúcar não foram diferentes. Os tratamentos de murchamento prévio e silagem comum acusaram os mais baixos coeficientes de digestibilidade, sendo as reduções estatisticamente significativas. Sugeriu-se que os melhores resultados encontrados para os tratamentos que receberam uma fonte de açúcar, foram devidos à melhor qualidade das silagens. Os coeficientes de digestibilidade da celulose, foram também afetados negativamente pelo processo da ensilagem e pelos diferentes tratamentos de ensilagem, embora o declínio observado na silagem sem murchamente prévio que recebeu melaço, não tenha sido estatisticamente significativo. Esse tratamento quando comparado aos demais, apresentou coeficientes significativamente maiores que os correspondentes às silagens comum e submetidas a murchamento. Entretanto, os coeficientes das silagens com cana e, murchamento + melaço, não diferiram estatisticamente das silagens comum e com murchamento. Sugeriu-se que a silagem não submetida ao murchamento e tratada com melaço, talvez possuísse substâncias, não identificadas no trabalho, que poderiam ter favorecido a digestão da celulose. Análises de correlação levadas a efeito com os dados obtidos indicaram coeficientes altos e significativos para a correlação entre digestibilidade “in vitro” da matéria seca e composição em matéria seca (r = - 0,87) e celulose (r = - 0,85), bem como, entre a digestibilidade “in vitro” da celulose e a composição em matéria seca (r = - 0,77) e celulose (r = - 0,81). Uma correlação também significativa, r = 0,98, foi obtida entre os coeficientes de digestibilidade “in vitro” da matéria seca e celulose. Equações de regressão foram estabelecidas para a estimativa de uma variável em função da outra.