A geração interna de recursos como fator determinante do investimento em capital fixo realizado por empresas brasileiras de capital aberto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Freitas, Barbara Moreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-05122006-212144/
Resumo: Em mercados de capitais perfeitos, a decisão de investimento de uma empresa pode ser considerada independente de sua decisão de financiamento, uma vez que recursos externos funcionam como um perfeito substituto para o capital interno. No entanto, em mercados de capitais com imperfeições, tais como custos de transação, custos de falência, problemas de assimetria de informações e problemas de agência, a disponibilidade de capital interno tende a influenciar a decisão de investimento. A insuficiência de recursos internos pode levar empresas a não aproveitarem boas oportunidades de investimento (subinvestimento) e o excesso pode incentivar administradores a investirem em projetos não lucrativos (superinvestimento). Em função de características operacionais, financeiras e administrativas, algumas empresas são mais sujeitas aos impactos de imperfeições de mercados e, por este motivo, seus investimentos devem ser mais sensíveis à geração interna de recursos. O objetivo deste estudo é investigar, no universo de empresas brasileiras de capital aberto, a sensibilidade do investimento em capital fixo - representado pela variação do imobilizado bruto - à geração interna de recursos - representada pelo fluxo de caixa operacional - bem como os fatores (características operacionais, financeiras e administrativas) que afetam essa sensibilidade. Foram considerados os seguintes fatores: tempo de negociação na bolsa de valores; tamanho da empresa; alavancagem financeira; percentual de ações em posse do(s) acionista(s) controlador(es); taxa de pagamento de dividendos e setor de atividade. A abordagem do estudo foi baseada em modelos de regressão múltipla. Dados em painel foram utilizados para estimar os coeficientes dos modelos. Na primeira parte do estudo, foi feita regressão do investimento sobre o fluxo de caixa e variáveis de controle. Na segunda parte do estudo, termos de interação entre o fluxo de caixa e os fatores corporativos foram introduzidos nos modelos. Os resultados da primeira parte deste estudo não mostraram evidências de que geração interna de recursos tem impacto sobre o investimento, sugerindo que nem todas as empresas preferem (ou dependem de) recursos internos para investir. Os resultados da segunda parte mostraram que, dependendo das características das empresas, a geração interna de recursos é bastante relevante para o investimento.Tamanho, alavancagem financeira e percentual de ações ordinárias em posse do(s) acionista(s) controlador(es) afetam a sensibilidade do investimento à geração interna de recursos. Quanto maior o tamanho da empresa, quanto maior sua alavancagem financeira e quanto maior o percentual de ações em posse do(s) acionista(s) controlador(es), menor será o impacto da geração interna de recursos sobre o investimento. Isso é coerente com a existência de custos de transação, custos de falência, assimetria de informações e problemas de agência. Os resultados relativos aos dois últimos fatores sugerem que o problema de superinvestimento é mais crítico que o de subinvestimento em empresas brasileiras de capital aberto.