Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Lobo, Gustavo Dantas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-09062022-161841/
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Resumo: |
Nas últimas três décadas o Brasil presenciou de forma quase inerte a expansão da população do javali. Espécie exótica e invasora, o javali é considerado uma das 100 piores pragas agrícolas do mundo. Dotado de características excepcionais que propiciam alta adaptabilidade à quase qualquer bioma (alta reprodução, hábitos alimentares heterogêneos e falta de predador natural), o javali vem expandindo seu território, ocupando cerca de 30% dos municípios brasileiros. Além do impacto econômico direto na forma de predação de lavouras, o javali representa uma ameaça iminente, tanto em termos sanitários, uma vez que é depósito de inúmeras doenças, podendo comprometer a sanidade humana e dos rebanhos, quanto em termos ambientais, uma vez que compete por recursos com animais silvestres, contamina e assoreia nascentes e preda fauna e flora. Diante desse conflito entre fauna e seres humanos, mais acentuado pela questão do javali, é primordial refletir acerca de uma política de fauna pautada no manejo. É exatamente nesse ponto que a presente tese procura contribuir. Através das informações (escassas) relacionadas ao javali no Brasil, a presente tese representa um esforço em avaliar três aspectos primordiais do processo de invasão de uma espécie exótica: i) controle; ii) prevenção; iii) impacto econômico. Para tal, diversas estratégias foram adotadas. Para o controle, foram utilizadas informações dos relatórios de manejo afim de se identificar quais fatores relacionados ao engajamento de caça afetam a produtividade da caça. Tais resultados são fundamentais para pautar as decisões acerca das políticas de manejo. No campo da prevenção, foi construído um modelo com o intuito de definir áreas prioritárias, tanto para o controle quanto para a prevenção. Partindo do pressuposto que características edafoclimáticas e de uso da terra afetam a probabilidade de existência do javali e que quanto maior essa probabilidade, maiores as chances de prosperidade da espécie, aqueles municípios com alta probabilidade de presença e que já registraram a presença do javali foram classificados como prioridades para o controle. De forma análoga, aqueles que ainda não tem registro, mas que possuem alta probabilidade de ocorrência (ou seja, possuem as características adequadas para a prosperidade da espécie) são classificados como prioridade para a prevenção. Por fim, no âmbito dos impactos econômicos, foi construído um modelo de dinâmica de sistemas capaz de relacionar a dinâmica populacional do javali e sua relação com os impactos econômicos e com o esforço de controle. Um modelo desse tipo possui alta adequabilidade, interatividade e simplicidade, podendo ser aplicado a qualquer município para uma aferição rápida dos impactos econômicos oriundos da presença do javali. Vale ainda ressaltar o esforço realizado para captar as percepções de agentes relacionados à agropecuária em relação ao fenômeno de invasão do javali. Para tal, foram aplicados 228 questionários online buscando evidenciar questões como os impactos relacionados ao javali e os principais desafios para o controle. Os resultados reforçam as externalidades negativas oriundas da presença do javali e a necessidade de aprimoramento da política de fauna no Brasil, em especial a exótica. |