Helmintos parasitas de javalis (Sus scrofa Linnaeus, 1758) selvagens na região norte do Estado de São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lapera, Ivan Moura [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/239745
Resumo: Javalis são uma das principais espécies invasoras do planeta, causando impactos à biodiversidade nativa, danos ao ambiente, lavoura e pecuária e são um conhecido reservatório de doenças infecciosas e parasitárias importantes. Considerando-se o desconhecimento do status parasitológico de javalis selvagens no Brasil, o objetivo deste trabalho foi identificar e analisar as helmintoses de javalis (Sus scrofa) de vida livre da região norte do Estado de São Paulo, e avaliar possível interferência sobre a suinocultura local. Para tal, foram necropsiados 35 javalis de vida livre e 18 suínos domésticos, todos provenientes da região de Monte Azul Paulista/SP, área com alta densidade desses animais. Nas amostras de suínos domésticos, provenientes de estabelecimento de suinocultura tecnificada, não foram encontrados macroparasitas. A partir das amostras de javalis de vida livre foram coletados 13.262 espécimes de helmintos de dez espécies diferentes, sendo nove espécies pertencentes ao Phylum Nematoda: Globocephalus urosubulatus (94,3%), Metastrongylus salmi (82,9%), Stephanurus dentatus (71,4%), Strongyloides ransomi (59,3%), Ascarops strongylina (28,6%), Metastrongylus pudendotecus (11,4%), Trichuris suis (8,6%), Ascaris suum (2,9%) e Oesophagostomum dentatum (2,9%); e uma ao Phylum Acantocephala, Macracanthorhynchus hirudinaceus (5,7%). Em exames coproparasitológicos foram identificados ovos de 3 morfotipos diferentes, estrongilídeo, metastrongilídeo e Strongyloides, e a prevalência de parasitismo foi de 86% (19/22). Também foram observados oocistos de Eimeria spp. A contagem de ovos variou de 100 a 1800 ovos por grama de fezes. Os resultados permitem inferir que nematódeos dos gêneros Globocephalus, Metastrongylus, Stephanurus e Strongyloides são predominantes na comunidade parasitária de javalis selvagens da região norte do Estado de São Paulo. Na população estudada não houve influência do sexo nos indicadores de infecção. Apesar do potencial patogênico dos parasitas encontrados, os animais avaliados apresentavam bom escore corporal. Para a amostragem de suínos domésticos analisada, as práticas de biossegurança adotadas pelo estabelecimento de criação foram eficazes em prevenir possível introdução de parasitas a partir de javalis selvagens.