Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lopez, Vinicius Marques |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-30062020-140433/
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Resumo: |
A coloração pode desempenhar múltiplas funções na vida dos animais, desde termorregulação até proteção contra danos da radiação ultravioleta, aposematismo, camuflagem e atração sexual. Porque essas características dependem da fisiologia do animal, padrões de coloração são altamente influenciados por condições ambientais em que as espécies estão inseridas, podendo assim, variar ao longo de sua distribuição. Estudos sobre as variações desses traços ao longo de diferentes gradientes geográficos são, portanto, fundamentais para a melhor compreensão dos processos ecológicos e evolutivos que moldam a coloração animal. As fêmeas de vespas Mutillidae (formigas-feiticeiras) apresentam padrões de coloração marcantes que são reconhecidos como sinais aposemáticos, formando um dos maiores anéis miméticos do Reino Animal. No entanto, as causas subjacentes à evolução desses padrões de cor permanecem incertas, uma vez que o mimetismo Mülleriano e Batesiano podem não ser as únicas forças seletivas por trás da coloração aposemática. Portanto, no presente estudo, buscamos elucidar se a coloração em formigas-feiticeiras responde a variações bioclimáticas, testando três regras ecogeográficas: a hipótese do Melanismo Térmico; a hipótese da Fotoproteção; e a regra de Gloger. Para isso, utilizamos fotografias de 511 espécimes de fêmeas de vespas Mutillidae distribuídas em 21 países e extraímos dados sobre a coloração na forma dos canais HSV. Por fim, analisamos se a variação na coloração observada é determinada por fatores bioclimáticos, considerando o sinal filogenético: temperatura, radiação solar, umidade e ambientes com baixa luminosidade. Nossos resultados foram consistentes com a hipótese da Fotoproteção e a regra de Gloger. Espécies com coloração mais escura ocuparam habitats com mais vegetação, maior umidade e radiação solar. Animais mais escuros também ocorreram em ambientes mais quentes, sugerindo que Mutillidae não responde às previsões da hipótese do Melanismo Térmico. Nossos resultados ainda sugerem que, em ambientes de floresta, formigas-feiticeiras apresentam menor saturação e heterogeneidade da cor. Já fêmeas com coloração mais avermelhada e mais heterogêneas ocuparam habitats mais abertos. Os resultados apresentados aqui, fornecem as primeiras evidências de que componentes abióticos do ambiente podem agir como filtros ecológicos e forças seletivas sobre os padrões de coloração em formigas-feiticeiras. Finalmente, sugerimos que os estudos utilizando Mutillidae como modelo para complexos miméticos levem em conta que o mimetismo pode estar também sob influência de fatores climáticos e não só de predadores. |