Percursos de um diálogo entre Construtivismo Semiótico-Cultural e Esquizoanálise: Empirismo radical, multiplicação dialógica e plano de imanência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lopes, João Marcel Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-16032015-120930/
Resumo: O presente trabalho é fruto de um percurso teórico que teve como objetivo buscar aproximações e realizar um diálogo entre Construtivismo Semiótico-Cultural e Esquizoanálise. Fazendo uso da noção de multiplicação dialógica, Guimarães (2010), verifiquei a possibilidade de acessar o campo intensivo/relacional denominado empirismo radical pelo campo do construtivista semiótico-cultural em Psicologia, e plano de imanência pelo campo esquizoanalítico. Ao fazê-lo, busquei viabilizar um diálogo a partir de uma tênue superfície de contato entre os diferentes campos de conhecimento. As noções de sistema semiaberto e rizoma e seu funcionamento em rede foram os propulsores desta pesquisa. Parti do dialogismo teórico-metodológico desenvolvido Marková (2003) colocando Construtivismo Semiótico-Cultural, Esquizoanálise e pesquisador nas posições de Ego-Alter-Objeto, respectivamente. Tal proposta direcionava-se para um árduo trabalho de construção de uma ponte entre os distintos posicionamentos de cada campo de conhecimento. Por outro lado fiz uma opção metodológica que permitisse buscar regiões de tensão entre as áreas sem a intensão de construir uma ponte entre elas. Tomando a metáfora trazida por Bruno Latour (2008), segundo a qual processos de construção de conhecimento podem se assemelhar ao trânsito sobre um rio, elaborei uma explanação sobre os campos de conhecimento. Uma das margens do rio correspondeu ao Construtivismo Semiótico-Cultural em Psicologia, e a outra margem à Esquizoanálise. Na primeira das margens, busquei apresentar dimensões da especificidade humana do Construtivismo Semiótico-Cultural nos campos dos construtivismos em psicologia explorando as noções de sistema semiaberto, self, subjetividade, cultura e construção social da realidade. Na segunda margem, me dirigi para as noções da filosofia da diferença, rizoma e subjetividade como multiplicidade. Adicionalmente explorei filósofos historicamente abordados por cada uma das margens, Leibniz, Hume, Bergson, para em seguida encontrar uma superfície de contato, que identifiquei como empirismo radical, construtivismo, e como plano de imanência, Esquizoanálise. A superfície de contato identificada possui como característica ser um campo relacional pré-pessoal que cria realidade por meio do entrelaçamento dos mais diversos elementos e de onde emergem as várias possibilidades de subjetividade e de mundo. A característica de entrelaçamento, como um tear que produz um tecido é encontrada tanto no pensamento de James, uma das bases do Construtivismo Semiótico-Cultural, como nas proposições de Deleuze e Guattari fundadores da Esquizoanálise. Encontrar essa superfície possibilitou a conclusão deste trabalho, embora considere que maiores aprofundamentos possam ser feitos no futuro, articulando outros aspectos histórico-filosóficos pertencentes a ambas as áreas de conhecimento e suas implicações para o avanço da noção de multiplicação dialógica, dentre outras noções fundamentais no campo da psicologia cultural