Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Iarussi, Renata |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-23092022-163351/
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Resumo: |
Desde o tratado De architectura escrito por Vitruvio na Antiguidade Clássica até os estudos realizados nas últimas décadas, a imagem do arquiteto vem sendo caracterizada por heroísmo, criatividade, genialidade e elitismo, muitas vezes oferecendo uma visão romantizada da profissão. Contudo, imagem é uma representação que nem sempre reflete a realidade. Da Antiguidade ao Iluminismo, a figura arquitetônica é associada ao polímata, ao artista, ao gênio. A partir da Revolução Industrial, profundas transformações econômicas, políticas e sociais estabelecem uma nova organização do trabalho, em que os profissionais passam a atuar em segmentações cada vez mais especializadas. O papel do arquiteto ficou associado à função estética e, ao tentar justificar sua importância em termos simbólicos, começou a perder visibilidade quando comparado a profissionais cujos papéis se apresentavam como mais objetivos. Durante o Movimento Moderno, o arquiteto reivindicou sua autonomia e sua imagem de herói, porém foi pouco reconhecido pelo público, que ainda sofria graves consequências da Primeira Guerra Mundial. Desse período em diante, as transformações passam a ser ainda mais velozes, ocasionadas pelo fenômeno da globalização. O grande desenvolvimento das comunicações e o forte crescimento da cultura de consumo alimentaram a construção de uma imagem de arquiteto em torno a uma aura de genialidade, mas ao mesmo tempo, a atuação do profissional passa a ser cada vez mais fragmentada, provocada pelo estímulo à racionalização da produção. O cenário é dividido entre uma ampla parcela de arquitetos cotidianos trabalhando em condições cada vez mais competitivas e uma pequena quantia de arquitetos notórios, mas que apesar de limitada, parece ser responsável por disseminar uma imagem glamorosa da profissão à sociedade, como se fosse uma característica generalizável por toda a classe. Desta forma, entende-se que a evolução da imagem do arquiteto não acompanhou a evolução de suas práticas no mesmo ritmo, ocasionando tensões e desafios para a profissão. Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre a imagem e a identidade profissional do arquiteto, ou, em outras palavras, compreender a percepção do público a respeito desse profissional (imagem) e como ele percebe a si mesmo (identidade). Tendo como ponto de partida o processo de construção da imagem e da identidade do arquiteto, este estudo realizou atividades com clientes e arquitetos envolvidos em obras de reforma residencial de pequeno porte. A análise dos dados gerados pelas atividades indicou que os clientes entendem que o papel do arquiteto é valioso em sete temas, a saber: Pré-requisitos para contratação, Processo criativo, Empatia, Comunicação, Execução de obra, Custos e Conhecimento em sustentabilidade ambiental. Os arquitetos demonstraram estar cientes dessas demandas, com exceção do interesse de clientes no Conhecimento em sustentabilidade ambiental. Identificou-se, portanto, que há um certo alinhamento geral entre a imagem e a identidade do arquiteto neste perfil de atuação. No entanto, ainda assim, existem detalhes importantes dessa relação que são despercebidos pelos arquitetos. A partir dos achados, espera-se contribuir para a formulação de estratégias de posicionamento mais assertivas na área de arquitetura, visando ampliar e qualificar a atuação dos profissionais. |