A união do ensino com o trabalho produtivo: a educação em Marx e Engels.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Paula, Douglas Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-22022008-140747/
Resumo: O trabalho consiste num estudo de caráter teórico que investiga a inter-relação de conceitos fundamentais da teoria marxista a partir da tese político-pedagógica da união do ensino com o trabalho produtivo. Percorrendo o conjunto da obra de Karl Marx (e, por extensão, de Friedrich Engels), pretende-se demonstrar que só é possível compreender o sentido da tese em pauta com base na crítica ao ensino e ao trabalho no capitalismo, assim como na proeminência com que as contradições oriundas do modo de produção capitalista figuram nessa obra. Apoiando-se em estudos já realizados acerca da concepção educacional desses autores, a dissertação reforça o aspecto político da tese, destacando na análise conceitos como os de força produtiva, e dando ênfase às contradições entre trabalho e capital. Argumenta-se inicialmente que a tese da união de ensino e trabalho em Marx e Engels surge em oposição à realidade do ensino e do trabalho, tal qual a observavam autores do século XIX. Estuda-se em seguida o conceito de forças intelectuais da produção, abordando a questão da ciência incorporada nas forças produtivas a partir do capitalismo, e o modo pelo qual tal ciência objetivada mantém-se estranha aos trabalhadores, ainda que estes mantenham com ela estreita conexão. Dessa perspectiva, a tese é vista como apontando para a necessidade de superar a divisão técnica do trabalho colocada pelo modo de produção capitalista, e a própria divisão social do trabalho, resultado da divisão da sociedade em classes. A partir da análise desenvolvida serão evidenciados os obstáculos à transformação da escola colocados pelo capital, demonstrando-se que, no seu desenvolvimento, impossibilitada pelas relações sociais de incorporar, de forma ostensiva, as forças intelectuais da produção, ela revelou-se \"velha\", isto é, não pôde refletir o grau de desenvolvimento das ciências objetivadas e contribuir para a superação da divisão entre as atividades teóricas e práticas. Ao contrário, caracterizou-se fundamentalmente por expressar a necessidade de diversificação da produção capitalista, flexibilizando a mão-deobra para os diferentes ramos dessa produção; assim como tornou-se susceptível de assumir a ideologia da classe dominante, sem refletir os objetivos gerais da classe trabalhadora. A dissertação termina caracterizando o caráter político da tese pedagógica, com destaque para seu papel nos objetivos imediatos e mediatos da luta pela transformação da educação e da sociedade.