Influência do estresse térmico no final da gestação de cabras: alterações da placenta e desempenho dos cabritos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Priscila dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-10042018-112637/
Resumo: O estresse por calor influencia a fisiologia da fêmea causando modificações placentárias que interferem no desenvolvimento fetal e desempenho dos cabritos. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito do estresse térmico durante o terço final da gestação sobre a placenta de cabras Saanen, o comportamento materno-filial, as respostas termorregulatórias e peso dos cabritos do nascimento até os 60 dias de vida. Neste projeto de pesquisa foram utilizadas 47 cabras no terço final da gestação, 24 animais foram submetidos ao estresse por calor na câmara climática (tratamento estresse térmico - ET) e 23 cabras permaneceram em ambiente de termoneutralidade (tratamento controle - CT). O experimento foi organizado em 3 fases distintas: gestação, parto e desenvolvimento dos cabritos. Em cada fase os animais foram acompanhados diariamente e quinzenalmente, foi obtido plasma para dosagem de cortisol. Todos partos foram acompanhados, sendo colhidas amostras do líquido amniótico e placenta, da qual foi realizado análise histológica e expressão gênica das HSPs 27, 70 e 90, enzima 11β-HSD tipo 1 e tipo 2, CRH e ACTH-R. No nascimento, foi realizado o escore APGAR dos cabritos e avaliações do comportamento materno-filial. Os cabritos foram pesados semanalmente e acompanhados do nascimento até o desmame. As concentrações de cortisol no líquido amniótico das cabras do tratamento ET (39,42 ± 1,3 ng/mL) foram significativamente maiores que o tratamento CT (31,87 ± 2,04 ng/mL) e o inverso ocorreu para a concentração plasmática dos cabritos no nascimento que foram significativamente maiores para o tratamento CT (94,83 ± 5,49 ng/mL) que para o ET (70,20 ± 5,41 ng/mL). O estresse térmico causou redução significativa na eficiência placentária das cabras ET (9,98 ± 0,41) quando comparada as cabras CT (13,06 ± 2,16), assim como na expressão gênica da enzima 11β-HSD tipo 2 no tecido placentário das cabras ET (4,16 ± 1,79) e aumento na expressão gênica do ACTH-R (9,4 ± 1,00) quando comparadas ao tecido placentário das cabras CT (25,06 ± 3,85 e 3,44 ± 1,00, respectivamente). Como forma de proteção celular, houve maior expressão gênica da HSP 70 no tecido placentário das cabras ET (5,44 ± 0,46) que das cabras CT (3,05 ± 0,64). Os cabritos ET apresentaram maior mobilização dos mecanismos termorregulatórios que os cabritos CT. As cabras ET apresentaram maior frequência na atividade de estimulo a cria a levantar. Os cabritos ET também tiveram maior frequência na tentativa de levantar que os cabritos CT. Houve diferença no peso dos cabritos CT (3,97±0,07 Kg) e ET (3,71±0,07 Kg) aos 8 dias de vida, e tendência no nascimento e 15 dias de vida. No entanto, o tratamento térmico não influenciou o peso ao desmame. Em conclusão, o estresse térmico por calor no terço final de gestação de cabras, estimulou maior atividade de cuidados das cabras com os cabritos, assim como teve impacto negativo na eficiência placentária, tendo como reflexo maior mobilização dos mecanismos termorregulatórios, e menor ganho de peso dos cabritos nos primeiros 15 dias de vida, mas sem interferir no desempenho ao desmame.