Amamentação, idade gestacional epigenética e seu impacto no desenvolvimento neuropsicomotor e obesidade aos 36 meses de idade: uma análise de moderação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Angélica Carreira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-30062021-102540/
Resumo: Introdução: A hipótese das Origens Desenvolvimentistas da Saúde e Doença (DOHaD) sugere que durante períodos sensíveis e de alta plasticidade, como o período intrauterino, as adversidades sofridas podem modular o epigenoma do indivíduo com consequências de curto e longo prazo para a saúde. Estudos apontam que mesmo pequenas diferenças na Idade Gestacional (IG), podem impactar a saúde neonatal e desfechos de saúde, além de ter sido associada a diferenças na metilação do DNA em sítios CpGs específicos. Essas associações apontam para a possível relação entre IG e exposições adversas sofridas in útero. Embora as evidências sobre os mecanismos epigenéticos ainda não sejam conclusivas em relação à associação entre a amamentação e desenvolvimento e obesidade, os estudos epidemiológicos comprovam os efeitos positivos do aleitamento materno. Objetivos: Identificar associações entre a IG epigenética, o desenvolvimento infantil e obesidade aos 3 anos de idade, moderadas pela amamentação. Métodos: Foram recrutadas 96 gestantes como subamostra da Coorte Região Oeste (ROC). O sangue do cordão umbilical foi coletado no momento do parto seguindo protocolos padronizados. Os dados hospitalares referentes ao nascimento e características do neonato foram extraídos do sistema eletrônico de informação de pacientes do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. As análises de metilação do DNA do sangue do cordão umbilical foram realizadas utilizando a plataforma Illumina HumanMethylation450 (450k) BeadChips seguindo o protocolo fornecido pelo fabricante. A IG epigenética foi calculada com base na metilação do DNA de 143 sítios CpGs segundo o método de Knight. Dados referentes ao desenvolvimento físico e neuropsicomotor aos 3 anos de idade foram coletados durante visita domiciliar realizada por entrevistadores treinados. Para avaliar as associações, utilizamos modelos de regressão linear e imputação múltipla de dados para lidar com os dados faltantes. Resultados: No nascimento, a aceleração da IG foi associada com a redução de 0,30 cm no perímetro torácico (95%IC: - 0,57; -0,03) e aumento de 0,42 DP no escore-z de comprimento-ajustado para-idade (95%IC: 0,03; 0,81). O peso ao nascer teve uma modesta associação inversa com aceleração da IG (?: -0,001; 95%IC: -0,000; -0,000). Crianças nascidas pré-termo de acordo com a classificação da IG cronológica, tiveram uma aceleração da IG 2,6 semanas maior quando comparadas às crianças nascidas de termo (95%IC: 0,60-4,54). Não foram encontradas associações entre IG epigenética e desenvolvimento neuropsicomotor ou obesidade aos 3 anos de idade, nem mesmo quando a amamentação foi inserida como fator moderador. Conclusão: Este estudo fornece evidências de que a aceleração da IG está associada à ocorrência de prematuridade e características antropométricas do neonato. No entanto, a associação com o desenvolvimento infantil ou a obesidade aos 3 anos não é estatisticamente significante. Estudos com amostras maiores, são necessários para entendermos os fatores por trás do relógio epigenético e sua associação com os desfechos ao nascer, desenvolvimento neuropsicomotor e físico das crianças na população brasileira