Óleo de soja e sais de cálcio de ácidos graxos para ovinos: produção e composição do leite de ovelhas, desempenho e características reprodutivas de borregas

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Silva, Adrielly Lais Alves da
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Carne; Fat protected; Gordura protegida; Leite; Lipídeos; Lipids; Meat; Milk; Nutrição; Nutrition; Ovinos; Sheep
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-07122023-093135/

Foram conduzidos dois experimentos com ovinos, um com ovelhas em lactação e outro com desempenho de borregas. A hipótese foi que as fontes estudadas tenham a capacidade de modular a produção e composição do leite, melhorar o desempenho e o perfil de ácidos graxos do leite e da carne. Experimento 1: Foram utilizadas 40 ovelhas mestiças (Dorper x Santa Inês) com 14 ± 2 dias de lactação, alojadas em baias juntamente com sua(s) cria(s). Vinte e oito ovelhas foram de parto simples e doze ovelhas foram de partos duplos, totalizando 52 crias, das quais 19 fêmeas e 33 machos. O delineamento experimental foi em blocos completos casualizados, com 4 tratamentos e 10 blocos. As dietas experimentais foram: 1) dieta sem inclusão de fontes lipídicas (CONT); 2) inclusão de 46 g/kg de MS de óleo de soja (OS); 3) inclusão de 56 g/kg de MS de sais de cálcio de ácidos graxos do óleo de soja (SCS); 4) inclusão de 56 g/kg de MS de sais de cálcio de ácidos graxos do óleo de palma (SCP). A inclusão de diferentes fontes lipídicas nas dietas não afetou o peso corporal das ovelhas. Houve interação entre tratamento e semana para o CMS e consumo de nutrientes (P < 0,002). As alimentar (EA) das ovelhas. Contudo, afetaram a composição, em que o maior teor de gordura (P < 0,0001) foi observado no leite das ovelhas alimentadas com a dieta SCP, enquanto o menor teor de proteína (P < 0,001) foi observado no leite das ovelhas alimentadas com a dieta contendo SCS. Quanto ao teor de sólidos totais, foram observados maiores valores (P < 0,0001) no leite das ovelhas do tratamento SCP. As ovelhas alimentadas com as dietas SCP e SCS apresentaram menores (P < 0,001) teores de ESD. A concentração total dos ácidos graxos saturados reduziu (P < 0,0001) com o fornecimento das dietas OS e SCS, entretanto, aumentou a concentração dos ácidos graxos insaturados totais (P < 0,0001) e monoinsaturados (P < 0,0001). A inclusão de fontes lipídicas nas dietas das ovelhas não influenciou o consumo de concentrado inicial e nem o GMD dos cordeiros nas fases pré e pós-desmama. O perfil de ácidos graxos do leite sofreu grande influência das fontes lipídicas, foi sobretudo importante observar os benefícios do fornecimento do óleo de soja na forma protegida ou não na diminuição da concentração dos ácidos graxos saturados do leite e aumento dos ácidos graxos insaturados. Experimento 2: Foram utilizadas 50 borregas mestiças (Dorper x Santa Inês), com peso médio inicial de 25,1 ± 4,1 kg e 145 ± 2 dias de idade. O delineamento experimental foi em blocos completos casualizados, com 5 tratamentos e 10 blocos, definidos de acordo com peso e idade dos animais. As dietas experimentais foram: 1) dieta sem inclusão de fontes lipídicas (CONT); 2) inclusão de 46 g/kg de MS de óleo de soja (OS); 3) inclusão de 57 g/kg de MS de sais de cálcio de ácidos graxos de óleo de soja (SCS); 4) inclusão de 57 g/kg de MS de sais de cálcio de ácidos graxos de óleo de palma (SCP); 5) inclusão de 57 g/kg de MS de sais de cálcio de ácidos graxos de óleo de palma + caroço de algodão + soja, blend (SCB). Os animais que receberam as dietas contendo OS e SCP apresentaram menor (P = 0,002) CMS em comparação aos tratamentos CONT, SCS e SCB e que foram semelhantes entre si. Não houve efeito dos tratamentos sobre o GMD e peso final das borregas. A idade média à puberdade observada foi de 204 dias, peso à puberdade 36,23 kg e 68% de taxa de puberdade, não havendo efeito dos tratamentos para estas variáveis. Foi observado efeito de tratamento (P < 0,04) para concentração de AGNE, com menor concentração observada no tratamento CONT e a maior para tratamento SCP. Com relação ao perfil lipídico da carne, os animais que receberam OS apresentaram menor (P < 0,01) concentração de ácido palmítico (C16:0) e maior (P < 0,01) de ácido elaídico (C18:1trans-9) rumênico (C18:2 cis-9, trans-11). O somatório de ácidos graxos saturados (&#931;AGS) foi maior (P = 0,02) para os tratamentos com OS e fontes de gordura protegida (SCP, SCS e SCB). O tratamento SCB resultou em menor (P < 0,01) somatório de ácidos graxos poliinsaturados (&#931;AGP). A maior relação ômega-6/ômega-3 foi observada para as dietas com inclusão de OS, SCS e SCB. O uso de diferentes fontes de ácidos graxos na dieta foi uma excelente ferramenta para manipular favoravelmente o perfil de ácidos graxos da carne, podendo ser utilizada em favor da produção de carne com perfil lipídico benéfico aos seres humanos sem prejuízo à produção animal.