Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Borrelli, Giuliano Moysés |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-24032016-121946/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença crônica de natureza benigna e de alta prevalência, definida pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Dentre os principais sintomas, destacam-se a dor pélvica crônica, dismenorreia e infertilidade. Clinicamente, apresenta-se de três formas distintas: endometriose peritoneal ou superficial, endometriose ovariana - endometrioma - e endometriose profunda (EP). A EP apresenta um padrão de comportamento semelhante ao das doenças malignas, com capacidade de crescimento infiltrativo e destrutivo em diferentes sítios. Lesões endometrióticas já foram identificadas em linfonodos pélvicos, evidenciando a disseminação linfática das células endometrióticas. Em neoplasias malignas, as quimiocinas e seus receptores desempenham papel soberano no processo de metástase e na disseminação linfática das células tumorais. OBJETIVOS: 1) avaliar a expressão das quimiocinas que no câncer estão relacionadas ao processo de metástase - CXCL12-CXCR4, CCL19/CCL21-CCR7 - na EP do compartimento posterior da pelve e nos respectivos linfonodos-sentinela (LS); 2) avaliar a concentração dessas quimiocinas no líquido peritoneal (LP) de pacientes com e sem endometriose; 3) avaliar a expressão da proteína BAF250a, relacionada à transformação maligna, na endometriose, com ênfase na EP do compartimento posterior da pelve. MÉTODOS: 123 pacientes foram incluídas neste estudo. Nós realizamos a coloração imuno-histoquímica para avaliar a expressão das quimiocinas - ligantes e receptores - nas lesões de EP retovaginal/do compartimento posterior da pelve (n=27), nos respectivos LS (n=27) e no endométrio de pacientes-controle sem endometriose (n=20); a concentração das quimiocinas no LP foi avaliada por meio da tecnologia multiplex - Luminex® xMAP® Technology - em um subgrupo de pacientes com (n=36) e sem (n=27) endometriose; a possibilidade de transformação maligna também foi avaliada por meio da imuno-histoquímica para analisar a expressão da proteína BAF250a dentre as lesões de endometriose - EP retovaginal (n=30), lesões de endometriose nos LS (n=7), endometriose ovariana (n=20), sarcoma do estroma endometrial extragenital (SEEE) de intestino (n=2) e no endométrio de pacientes sem endometriose (n=20). RESULTADOS: o padrão de coloração IHQ das quimiocinas relacionadas à metástase no câncer foi caracterizado pela primeira vez na EP do compartimento posterior da pelve e nas lesões de endometriose acometendo os LS; a expressão de CXCR4 foi diretamente relacionada ao tamanho da lesão de EP; CCL19, CCL2 e CXCL8 apresentaram concentrações no LP estatisticamente maiores em mulheres com endometriose comparadas aos controles sem doença e a associação delas aumentou a probabilidade de identificar pacientes com endometriose; além disso, nós identificamos a perda clonal da expressão da BAF250a em 36% (9/25) dos casos de EP, 40% (2/5) das lesões de endometriose nos LS, 30% (6/20) dos endometriomas e em 25% (5/20) no endométrio tópico das pacientes-controle. CONCLUSÕES: quimiocinas parecem estar envolvidas no mecanismo de disseminação da endometriose e algumas mostraram potencial para serem utilizadas como marcadores da doença; a perda clonal da expressão da proteína BAF250a na EP possa talvez representar um marcador de risco para transformação maligna nessas lesões. O valor desses achados precisa ser ainda esclarecido em futuras análises |