Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Assoni, Amanda Faria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-02082022-190632/
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Resumo: |
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa para a qual não existe atualmente um tratamento eficaz. Portanto, é de grande importância investigar mais profundamente os mecanismos que levam à morte do neurônio motor para encontrar novos alvos terapêuticos. Nesta tese, aprofundamos nossa compreensão sobre três proteínas envolvidas na patogênese da ELA (Fused in Sarcoma -FUS, Vesicle-associated Membrane Protein B -VAPB e o receptor de efrina A4-EPHA4), analisando seus efeitos quando mutadas, ausentes, ou quando sua atividade é inibida. Além disso, há evidências de mecanismos em comum na neurodegeneração e transformação celular. Portanto, investigamos essas proteínas relacionadas com ELA em diferentes contextos celulares (neurodegeneração e câncer). Para este fim, usamos os modelos celulares de iPSCs de pacientes com ELA tipo 6, bem como um tumor do sistema nervoso central, meduloblastoma. Aqui, nós descrevemos que a tradução de proteínas é uma das primeiras e mais importantes vias afetadas por mutações relacionadas com ELA. Todos os mecanismos que são interrompidos nas células com ELA, levam à regulação negativa da síntese de proteínas. Consistente com a literatura, nossos resultados mostram que a síntese de proteínas está diminuída em neurônios motores (NMs) derivados de iPSC de pacientes com ELA6, e isso se correlaciona com a presença da proteína FUS (normalmente nuclear) no citoplasma. Também mostramos que interferon-gama (IFN-y) - uma citocina multifuncional que, entre outras atividades, auxilia na resposta antiviral - regula positivamente genes associados à tradução especificamente em NMs com ELA6 quando esses neurônios motores são tratados na presença de estresse oxidativo, e que a localização citoplasmática de FUS é reduzida em ELA6-NMs após o tratamento com IFN-y. Este tratamento evita a apoptose de ELA6-NMs. Portanto, a diminuição da síntese de proteínas pode ser característica da patogênese de ELA, e o aumento da tradução pela administração de IFN-y deveria ser estudado como um possível tratamento para esses pacientes. Em relação à função das proteínas associadas a ELA no meduloblastoma, revelamos novas funções para VAPB e EPHA4 na progressão tumoral. Descobrimos que a VAPB - que tem níveis mais baixos de mRNA no líquido cefalorraquidiano de casos esporádicos de ELA - se correlaciona com menor sobrevida geral de pacientes quando expresso em níveis mais altos no meduloblastoma. Além disso, o nocaute de VAPB causa parada do ciclo celular em G1 / 0 e altera os níveis de transcrição de genes relacionados à via do WNT, incluindo CTNNB1. Também mostramos que a regulação negativa de EPHA4 parece ser benéfica para a proliferação celular em meduloblastoma. Além disso, demonstramos que a VAPB se liga a EPHA4 em tecidos neuronais não transformados, mas não em células de meduloblastoma. No entanto, a remoção de VAPB no meduloblastoma aumentou a fosforilação de EPHA4, enquanto a inibição da fosforilação da EPHA4 aumentou a proliferação das células VAPB-KO, destacando a interação entre estas diferentes vias de sinalização. Em resumo, aqui fornecemos evidências para apoiar a hipótese de que a neurodegeneração e a tumorigênese são o resultado da desregulação das mesmas vias de sinalização, embora em direções diferentes. Portanto, é de extrema importância conectar o conhecimento das pesquisas em câncer e em doenças neurodegenerativas. O que pode levar a uma melhor compreensão dessas doenças devastadoras e gerar novas estratégias de intervenção para melhorar a vida dos pacientes no futuro. |