Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Valério, Pollyanna de Siqueira Queirós |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-22052024-152434/
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Resumo: |
O álcool é a substância psicoativa mais consumida mundialmente por adolescentes. Esse cenário é considerado um grave problema de saúde pública devido às consequências que o uso abusivo de álcool gera para o indivíduo, sua família e sociedade. Considerando a relevância social e científica da presente temática, é importante obter uma maior compreensão desse comportamento e, devido à complexidade, este trabalho se ancora na Teoria das Representações Cotidianas e nos fundamentos da Saúde Coletiva. Este estudo tem por objetivo analisar as concepções de adolescentes escolares sobre o consumo de álcool. Trata-se de um se de uma pesquisa da abordagem qualitativa, do tipo pesquisa-ação emancipatória e foi desenvolvida em uma Instituição Pública de Ensino, de nível médio. Os participantes do estudo são adolescentes escolares do 1º ano do ensino médio, com idade entre 15 e 17 anos. A coleta de dados ocorreu por meio da realização de vinte grupos, com uma média de doze participantes por grupo. Os grupos foram áudio gravados e filmados em aparelho digital e transcritos. Foi utilizado o software Atlas.Ti para auxiliar na separação dos discursos e na categorização dos dados. Foi empregado como técnica complementar, a observação participante e o diário de campo. A análise dos dados ocorreu com a utilização da técnica modalidade temática - análise de conteúdo. Os resultados revelam que os discursos dos adolescentes escolares são em sua maioria representações simplificadas e naturalizadas na sociedade com influência ideológica, em que os sujeitos refletem sobre ter a consciência para o consumo e desaprovam o beber exagerado e perder o controle. Também referem sobre estratégias para reduzir os danos para si e outros, como não dirigir após ter ingerido álcool, assim como discorrem sobre a ingestão de água durante o consumo de álcool e alimentos. Predominaram os discursos que se referem à dificuldade financeira vivenciada pelos adolescentes e suas famílias, os gastos dos pais com as bebidas alcoólicas, a cobrança de responsabilidade por parte dos pais, para que eles busquem um trabalho, a sensação de se sentirem cobrados e angustiados diante da escassez de renda, a dificuldade em conciliar a escola com o trabalho e o momento que o trabalho prejudica a escola, e às vezes levando-os a abandonar a escola. Esses fatores impactam na saúde mental do adolescente e estão relacionados também com o consumo de álcool, que é incentivado pela sociedade, como uma mercadoria necessária para o alívio da dor, do estresse e possibilidade de alegria momentânea. Consideramos que a construção de espaços de conversas e discussões, pode se tornar uma importante tecnologia social e de saúde, com vistas a mobilizá-los para debates e reflexões de temas de interesse coletivo e que impactam na vida das pessoas para a superação de discursos ideológicos que envolvem o consumo de álcool, considerando também as desigualdades de reprodução das classes sociais. Desse modo, as estratégias atualmente implementadas de educação em saúde para adolescentes devem ser repensadas, pois o comportamento de ingerir o álcool é complexo e não deve ser visto apenas como uma decisão individual. |