Fatores associados ao consumo de álcool e prática de binge drinking em adolescentes universitários do Recife/PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Jéssica Cristina Guedes Lima da
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44286
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar, em adolescentes calouros universitários, o consumo de álcool e seus fatores associados, a frequência do beber pesado episódico (binge drinking) e as variações ocorridas nesse consumo após um ano de vida acadêmica. Trata-se de um estudo transversal, com um módulo de análise prospectiva (do tipo antes e depois), com calouros que iniciaram os cursos em 2015 e 2016. O padrão de consumo de álcool foi avaliado pelas seguintes perguntas: consome bebidas alcoólicas? e se a resposta fosse positiva, qual a frequência do consumo? qual tipo de bebida? a quantidade ingerida em cada momento do consumo? e a idade em que começou a beber?. Neste contexto, o binge drinking foi definido como sendo o consumo de cerca de 4 doses ou mais em uma mesma ocasião se mulheres ou 5 doses ou mais se homens. O modelo conceitual considerou variáveis demográficas, socioeconômicas, do estilo de vida, dietéticas, antropométricas e de composição corporal. No baseline, a amostra consistiu em 206 estudantes, com predomínio do sexo feminino (71,4%), 79,1% no período da adolescência final (≥18 anos) e 53,4% pertencente a classe média. A frequência de baixo peso (10,7%) e excesso de peso (19,9%) foi elevada, sem diferencial estatisticamente significante entre os sexos. O consumo de bebidas alcoólicas foi positivo em 48,1% da amostra (n=99) e dentre esses, 22,2% (n=22) foram classificados na categoria de binge drinking. Na comparação por sexo, verifica-se 69,5% dos meninos referiram consumo de bebida alcóolica contra 39,5% das meninas (p=0,0001). Além disso, houve uma tendência para o binge drinking ser mais frequente no sexo masculino (31,7% x 15,5% p=0,0963). No que se refere as análises da associação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida, antropométricas e de composição corporal, e dos fatores dietéticos, com o consumo de bebidas alcoólicas, a análise de regressão de Poisson mostrou que o sexo masculino (RP ajustada: 1,47; IC95% 1,12-2,33) e o excesso de peso pelo IMC (RP ajustada: 1,52; IC95% 1,09-2,57), permaneceram independentemente associados ao consumo de bebida alcoólica. Na comparação de algumas características entre os estudantes classificados com e sem binge drinking, observa-se que os pertencentes ao segundo grupo apresentavam valores mais elevados em todos os parâmetros antropométricos e no percentual de gordura corporal. Para o estudo de análise prospectiva do consumo de álcool, após um ano de seguimento, foram avaliados 107 estudantes sem ter sido observado diferenças estatisticamente significantes. Os resultados evidenciaram uma elevada frequência de consumo de álcool o que se torna preocupante, sobretudo por envolver adolescentes e não indivíduos adultos.