Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro Junior, Ademir |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-22092008-150603/
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Resumo: |
Esta dissertação constitui-se de um estudo da cultura material de origem africana em que se investiga a produção, circulação, utilização e descarte de objetos africanos e afro-inspirados, aos quais eventualmente no Brasil agregam-se novos significados. Tratamos particularmente de duas produções características dos iorubás: as máscaras gueledé e os edan ogboni. Alguns desses objetos constam em coleções no Brasil, e seu uso em cultos religiosos afro-brasileiros do Recôncavo Baiano, no passado, é mencionado na literatura especializada. Na Nigéria e no Benim as máscaras de madeira denominadas gueledé e as estatuetas de liga de cobre edan são insígnias de duas importantes instituições tradicionais dos iorubás: a associação Gueledé e a associação Ogboni, respectivamente. Esses objetos estão associados a entidades espirituais (Iyami e Onilé) que segundo a cosmogonia desse povo são as grandes mães ancestrais da humanidade. Alguns pesquisadores se valem da presença desses artefatos no Brasil para fundamentar a hipótese da reestruturação dessas instituições iorubás no Recôncavo Baiano, no final do período colonial. Outros autores, indo além, associam a suposta \"sociedade Ogboni brasileira\" com episódios das revoltas dos malês. Tomando-se a análise do ciclo de vida desses artefatos como instrumental metodológico, verificamos, no entanto, que o aparecimento dessas peças aqui no Brasil pode ter se dado não por causa da transplantação dessas instituições tradicionais africanas, mas por questões ligadas à permanência dos aspectos mais profundos da cosmologia iorubá dentro dos próprios terreiros de candomblé, e também pela disputa por reconhecimento e poder entre os mais antigos deles, evidenciando a potencialidade que esses artefatos têm de transmissão e preservação da memória coletiva de um terreiro. Neste estudo, além do ciclo de vida das peças, levam-se em consideração aspectos morfológico e tecnológicos da produção desses artefatos, em que se incluem os espaços que lhes são associados, bem como aspectos do universo simbólico que deu sentido a essas peças e animou seu ciclo de vida. |