Correlação in vitro-in vivo (IV-IVC) de um novo dispositivo intravaginal de progesterona em matriz de silicone para vacas leiteiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonzaga, Vitor Hugo Guilger
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Sds
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-11012024-125904/
Resumo: Dispositivo intravaginal de progesterona (P4) é uma importante ferramenta da reprodução, para ter ganho produtivo em fazendas leiteiras. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram: 1) obter o perfil de liberação da P4, in vitro, durante nove dias, de um novo dispositivo intravaginal (SM3,2g), para gado leiteiro, empregando-se dois meios de dissolução: solução de etanol:água (60:40) e solução de Dodecil Sulfato de Sódio (SDS) 0,5%; 2) quantificar, por radioimunoensaio (RIE), a P4 sérica, em vacas leiteiras lactantes, após a aplicação intravaginal do dispositivo SM-3,2 g, por um período de nove dias e; 3) estabelecer a correlação do perfil de liberação in vivo, com os perfis de liberação obtidos a partir dos dois experimentos in vitro. Para o experimento in vivo, em delineamento alternado, com medidas repetidas no tempo, vinte vacas multíparas e lactantes foram submetidas à protocolo de sincronização do ciclo estral pré inclusão, com a finalidade de induzir a formação de corpo lúteo. Ao término dessa etapa (D0) os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos experimentais: 1) Grupo controle (COM; n=10): vacas com implante auricular subcutâneo de progestágeno; e 2) Grupo tratado (SM; n=10): vacas com dispositivo intravaginal, com 3,2 g de progesterona. Imediatamente antes de receberem os tratamentos, foi colhida a primeira amostra de sangue (T0) e também nos tempos 2, 4, 8, 12, 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168, 192 e 216h, em seguida a colocação dos implantes, também foram colhidas amostras de sangue. Posteriormente a última colheita de sangue (216h), os implantes foram retirados e mais quatro amostras de sangue foram colhidas nos tempos 228, 240, 252 e 264h, quando então, foi administrado GnRH para nova sincronização do ciclo estral pré inclusão. Por se tratar de delineamento alternado, houve a inversão dos grupos experimentais; assim, os animais que eram do grupo controle, no primeiro período (P1) do experimento, passaram, nesse segundo período (P2), para o grupo dos animais tratados e vice- versa. O protocolo de sincronização e as demais etapas seguiram a cronologia do período anterior (P1). Os testes de dissolução in vitro, foram conduzidos em triplicata e a quantificação de P4, realizada por espectrofotometria. Realizou-se teste de correlação (PROC CORR) entre os tratamentos (in vitro x in vitro e in vitro álcool x in vitro SDS). Para todas as comparações foi utilizado o nível de significância estatística de 5% (p≤0,05). Assim, a concentração plasmática de P4, nos animais tratados com SM-3,2, obtidas no teste in vivo, apresentou pico, após 12 horas de inserção do DIV (1,1±0,097 ng/mL), que se manteve por dois dias (1,1±0,063) e, só a partir de 72 horas (D3), é que começou a declinar (0,86±0,095 ng/mL), permanecendo constante (0,80±0,078 ng/mL) até o dia de retirada do implante. Além disso, os animais tratados com a fonte exógena de P4 e que produziam maior quantidade de leite (Classe - 1) apresentaram aumento na concentração plasmática do esteroide (0,61±0,04 ng/mL), porém, menor do que as vacas da Classe - 2 (0,73±0,04 ng/mL). No teste in vitro, ao final das 216h, o dispositivo de 3,2g, liberou 2815,66±39,44 mg de P4 no meio alcoólico e 2066±25,61 no Dodecil Sulfato de Sódio e ambos se ajustaram ao modelo matemático de Higuchi (Qt = Kht1/2), com coeficiente angular (slope) de 905,79 µg/cm2 /t1/2 e 543,38 µg/cm2 /t1/2, respectivamente. Por fim, obtiveram-se correlações positivas e fortes entre: a) os testes in vitro (r = 0,99281), b) entre o teste in vitro, realizado com meio alcoólico e o experimento in vivo (r = 0,78895) e c) no teste in vitro realizado com meio surfactante e o teste in vivo (r = 0,8158). Conclui-se que o novo implante intravaginal (SM-3,2) foi eficaz para inibir a ovulação dos folículos dominantes dos animais tratados. O coeficiente angular (slope) do SDS é um pouco menor do que o encontrado no meio ÁLC, devido ao fato da solubilidade da P4 ser maior em meio alcoólico do que em SDS 0,5%.