Papel da via Núcleo Mediano da Rafe-Hipocampo Dorsal nos efeitos antidepressivos do tratamento com Imipramina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Kelly da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-18072011-171459/
Resumo: Introdução: A depressão é um transtorno psiquiátrico cujas causas parecem envolver a exposição crônica a estressores. Sabe-se que o hipocampo dorsal (HD) tem participação no mecanismo de adaptação a estímulos aversivos contínuos, pois a facilitação da neurotransmissão serotonérgica nessa estrutura diminui o efeito de um estressor prévio. A principal fonte de inervação serotonérgica para o HD é o núcleo mediano da rafe (NMnR). Objetivo: O objetivo geral deste trabalho foi verificar se a integridade da via NMnR-HD é essencial para os efeitos antidepressivos do tratamento crônico com Imipramina em animas com lesão dos neurônios serotonérgicos do NMnR e submetidos ao estresse crônico repetido. Materias e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar, machos, com sete semanas de vida. Estes animais foram submetidos à cirurgia estereotáxica para lesão (ou não - grupo controle) dos neurônios seronotérgicos do NMnR. Novamente foram subdivididos em grupos de acordo com o tratamento farmacológico que iriam receber cronicamente (Imipramina ou Salina). Todos os animais foram submetidos ao estresse de restrição crônico (7dias/duas horas por dia) ou agudo (episódio único de restrição. No oitavo dia os animais foram testados no Labirinto em cruz Elevado (LCE). Resultados: Quando submetidos ao estresse agudo, animais com o NMnR íntegro e tratados com Imipramina apresentaram uma maior porcentagem de tempo despendido nos braços abertos (%TA) e no número de entradas nos braços abertos (%FA), quando comparados com o controle. Ainda, quando submetidos ao estresse agudo e com NMnR lesionados quimicamente, observou-se uma maior exploração dos braços abertos (%TA e %FA) quando comparados com o grupo sem lesão. Em relação aos animais submetidos ao estresse crônico, tanto os animais com NMnR íntegro, quanto os com este núcleo lesionados, a Imipramina foi capaz de atenuar os efeitos do estresse, pois foi observado uma maior %TA e %FA quando comparados com os animais que receberam salina. A lesão do NMnR em animais submetidos ao estresse crônico e tratados com salina apresentaram uma diminuição tanto da %TA quanto da %FA, quando comparados com as animais tratados com salina e com NMnR íntegro. Discussão: Nossos resultados mostraram que a lesão dos neurônios serotonérgicos do NMnR não interferiu no comportamento dos animais no LCE quando submetidos a um episódio único de estresse, mas diminui a exploração dos braços abertos em animais submetidos ao estresse crônico. Este efeito, contudo, foi atenuado pela administração crônica de Imipramina. Conclusão: Estes resultados sugerem que a integridade da via NMnR-HD não é essencial para os efeitos antidepressivos da Imipramina no desenvolvimento da tolerância ao estresse repetido.