Estudo químico e fitotóxico do extrato hidroetanólico das folhas de Machaerium amplum Benth

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Tahira, Luciana Sayuri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-28012022-093234/
Resumo: As perdas das produções agrícolas, por causa da presença de plantas-daninhas atingem um valor de 45% em todo o mundo, implicando na necessidade do uso de herbicidas a fim de minimizar estes efeitos. No entanto, o uso indiscriminado destes produtos pode acarretar problemas ambientais, como o desenvolvimento de espécies de plantas daninhas resistentes, contaminação ambiental e prejudicar a saúde do agricultor. Assim, é imprescindível a busca alternativa de bioherbicidas a partir de extratos vegetais ou produtos naturais, menos tóxicos, biodegradáveis e com possíveis novos mecanismos de ação. Compostos presentes nos extratos de espécies pertencentes ao gênero Machaerium, apresentam diferentes atividades biológicas, dentre elas a alelopática, assim, este trabalho tem como objetivo estudar a química e avaliar a fitotóxicidade e a ecotóxicidade do extrato bruto e frações das folhas de Machaerium amplum Benth. O fracionamento do extrato hidroetanólico em coluna C-18, seguido de análises por HPLC-PDA, HPLC-ESI-MS e experimentos FIA-ESI-IT-MS, permitiram a detecção de três derivados de apigenin C- mono e -diglicosiladas, dois derivados de luteolina C- mono e -diglicosilados, ácido quínico, um dímero e trímero da proantodianidina do tipo A e uma saponina de esqueleto Soyasapogenol B. Os ensaios de fitotoxicidade foram testados com o extrato e frações frente às sementes de alface, tomate e cebola sob os parâmetros de germinação, crescimento do hipocótilo e comprimento de raiz nas concentrações de 0,2 mg.mL-1, 0,4 mg.mL-1 e 0,8 mg.mL-1. O extrato apresentou um efeito de inibição de 70% na concentração de 0,8 mg.mL-1 no comprimento da raiz de tomate e de 65% na concentração de 0,4 mg.mL-1 e 60% na concentração de 0,8 mg.mL-1 para sementes de cebola. Todas os grupos de frações testados apresentaram inibição significativa no comprimento da raiz da muda de tomate na concentração de 0,8 mg.mL-1, no entanto o grupo de frações Fr5 apresentou uma atividade significativa na concentração de 0,4 mg.mL-1 para esta mesma muda. A fração Fr5 apresentou um percentual de inibição acima de 60% nas concentrações de 0,8 e 0,4 mg.mL-1, e acima de 50% de inibição na concentração de 0,2 mg.mL-1. Esta atividade observada pode estar associada à presença de flavonoides nesta fração. De acordo com o ensaio de ecotoxicidade com Artemia salina Leach, o extrato hidroetanólico das folhas de Machaerium amplum Benth. apresenta ausência de toxicidade nas concentrações testadas. Já com o ensaio antimicrobiano frente a fungos da linhagem Fusarium e Aspergilus, presentes na microbiota do solo, o extrato e as frações testados não apresentaram inibição do crescimento dos fungos, reforçando assim, o potencial do extrato como um bioherbicida