Estudo prospectivo da avaliação do protocolo odontológico para extração dentária em pacientes portadores de fibrilação atrial em uso contínuo dos novos anticoagulantes orais: estudo piloto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Higashi, Elaine Massumi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-03102022-134215/
Resumo: Fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca mais comum e principal fator de risco para acidente vascular cerebral e eventos tromboembólicos. Os anticoagulantes orais de ação direta, introduzidos como alternativa aos antagonistas da vitamina K na prevenção de eventos tromboembólicos, disponíveis no Brasil, são: dabigatrana (inibidor direto do fator IIa), rivaroxabana, apixabana e edoxabana (inibidores diretos do fator Xa). Tais fatos têm resultado em um aumento de pacientes em uso dos anticoagulantes orais diretos, que ao necessitarem de intervenções cirúrgicas odontológicas, ficam expostos a sangramentos, sendo necessário conhecer riscos e benefícios da suspensão ou não dos anticoagulantes. O objetivo desse estudo foi avaliar a segurança de um protocolo que propõe a não suspensão do anticoagulante oral direto em extrações dentárias nos pacientes em uso contínuo de rivaroxabana 1x/dia (grupo R), dabigatrana ou apixabana 2x/dia (grupo DA), ou varfarina em dose terapêutica (grupo controle), por meio de um estudo prospectivo unicêntrico e cego. As exodontias foram realizadas no período de menor concentração sanguínea do medicamento (vale), considerado de menor risco hemorrágico: grupo R, após 14 + 1 hora da ingestão da rivaroxabana, prescrita 1xdia; grupo DA, 8 + 1 hora após ingestão da dabigatrana ou apixabana, prescritas 2xdia. Pacientes do grupo controle foram submetidos à exodontia quando valores de INR recente variaram entre 2,0 e 3,0. Anestésico local, medidas hemostáticas locais e cuidados pós operatórios, foram iguais nos três grupos. Risco de sangramento sistêmico foi mensurado pelo escore HASBLED e o risco de sangramento local foi avaliado por meio da anáise da condição periodontal, do trauma cirúrgico, do tempo operatório e do número de dentes extraídos simultaneamente. Nas primeiras quatro a oito horas após o procedimento, via telefone, os pacientes foram questionados quanto à presença de sangramento precoce. Retornavam presencialmente após 24 horas para avaliação de possível sangramento tardio, por um pesquisador cego para o anticoagulante. Foram incluídos 58 pacientes com mediana de idade de 63,5 a 66 anos. Oitenta e quatro dentes foram extraídos. O principal diagnóstico para indicação da exodontia foi cárie dentária extensa (68,96%). A média de tempo de cirurgia foi semelhante nos grupos: 25, 27 e 17 minutos, respectivamente para os grupos R, DA e controle (p > 0,05%). Dois pacientes do grupo DA apresentaram sangramento menor precoce (11,1%) e evoluíram para sangramento menor tardio, enquanto no grupo R não houve caso de sangramento. No grupo controle, dois pacientes apresentaram sangramento menor precoce (10%), que evoluíram para sangramento menor tardio. Não houve diferença significativa entre os grupos (p=0,324). Os sangramentos foram assistidos e estancados com manobras hemostáticas locais, sem recidiva. Nenhum paciente apresentou sangramento maior. Os autores concluíram que o protocolo proposto é reprodutível na prática clínica, e considerado seguro quando conhecidos e respeitados o vale e pico de concentração plasmática dos anticoagulantes orais de ação direta estudados, além do acompanhamento do paciente e da aplicação de medidas hemostáticas locais