Imagem PET de processos relacionados à esclerose múltipla: estudo clínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pitombeira, Milena Sales
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-20042023-115057/
Resumo: INTRODUÇÃO: Perfis distintos de neuroinflamação e de conteúdo de mielina são descritos dentre os fenótipos da esclerose múltipla (EM), tanto na substância branca (SB) quanto cinzenta (SC). A imagem de tomografia por emissão de pósitrons (do inglês, Positron Emission Tomography - PET) pode ajudar a desvendar as nuances desses processos patológicos in vivo nos diferetes estágios de incapacidade. OBJETIVO: Analisar o perfil de ativação microglial e conteúdo de mielina em uma coorte de pacientes com EM e um grupo de controles saudáveis (CS), com ênfase na diferenciação dos fenótipos. MÉTODO: Imagens PET utilizando [11C]PK11195 e [11C]PIB (do inglês, Pittsburgh Compound B) foram adquiridas em um sistema híbrido de PET e ressonância magnética (RM) 3T, para caracterizar, respectivamente, o perfil de células da resposta imune inata e o conteúdo de mielina em 47 pacientes com EM e 18 CS. Para a análise baseada em volume de interesse (VOI), o volume de distribuição (VT) do [11C]PK11195 foi determinado usando a função de entrada arterial corrigida para metabólitos, enquanto a razão de volume de distribuição (DVR) do [11C]PIB foi estimada usando uma região de referência individual extraída por um algoritmo específico. Uma análise baseada em voxels também foi realizada usando Statistical Parametric Mapping. A incapacidade funcional foi avaliada pela Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS), a Multiple Sclerosis Functional Composite, e o Symbol Digit Modality Test (SDMT). RESULTADO: Na análise baseada em VOI, a captação de [11C]PIB (DVR) diferiu entre pacientes e CS no corpo caloso (P = 0,019), enquanto não foram observadas diferenças na captação de [11C]PK11195 (VT). Além disso, não foram observadas correlações ou associações entre os dois traçadores dentro dos VOI analisados. Na análise baseada em voxel, maior captação de [11C]PK11195 foi observada difusamente na SB ao comparar o fenótipo progressivo e CS, e menor captação de [11C]PIB foi observada em certas regiões de SB ao comparar o fenótipo remitente-recorrente e CS. Nenhum dos traçadores foi capaz de diferenciar os fenótipos a nível de voxel ou VOI em nossa coorte. Modelos de regressão linear ajustados para idade, sexo e fenótipo demonstraram que maior incapacidade no EDSS estava associado a uma maior captação de [11C]PK11195 (VT) e menor captação de [11C]PIB (DVR) no corpo caloso (P = 0,001; P = 0,023), caudado (P = 0,015 ; P = 0,008) e lesão T2 total (P = 0,007; P = 0,012), enquanto melhor desempenho cognitivo no SDMT foi associado a maior captação de [11C]PIB (DVR) no corpo caloso (P = 0,001) e menor captação de [11C]PK11195 (VT) (P = 0,013). CONCLUSÃO: Um perfil de ativação difuso de células da resposta imune inata e uma perda acentuada de mielina nas lesões T2 e regiões próximas aos ventrículos foi observada nos pacientes com EM. Esses processos patológicos parecem ocorrer de forma independente, estando ambos associados à maior incapacidade, tanto em estruturas de SB quanto de SC. Nenhum dos traçadores foi capaz de diferenciar os fenótipos de EM a nível de VOI ou voxel em nossa coorte