Análise espacial e temporal da ocorrência de acidentes escorpiônicos no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lacerda, Alec Brian
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-19092022-130305/
Resumo: O envenenamento por escorpiões é um importante problema de saúde pública no Estado de São Paulo, Brasil, e sua incidência e mortalidade têm aumentado nas últimas décadas. O presente estudo analisou notificações documentadas de envenenamento por escorpião de 2008 a 2018 nos 645 municípios paulistas. As taxas anuais de incidência e mortalidade foram calculadas e padronizadas de acordo com sexo e idade. O método Bayesiano empírico local e a estatística Getis-Ord Gi* foram utilizados para representar as taxas de incidência padronizadas nos municípios e identificar aglomerados de alto e baixo risco. O software SatScan foi usado para identificar os aglomerados espaciais, temporais, sazonais, espaço-temporais e da variação espacial da tendência temporal de maior e menor risco. Foram registrados 145.464 casos de picada de escorpião no estado de São Paulo, entre 2008 e 2018. A taxa de incidência de envenenamento por escorpião quintuplicou entre 2008 e 2018. No geral, o risco foi maior para o homem e aumentou com a idade. As mortes por envenenamento, no entanto, concentraram-se quase inteiramente em crianças de 0 a 9 anos de idade. Os mapas de incidência mostraram que o risco de envenenamento aumentou em quase todas as regiões e municípios de São Paulo ao longo do período estudado. As maiores taxas de incidência foram encontradas nas regiões oeste, noroeste e norte do estado, em contraste com a região metropolitana de São Paulo e regiões sul e litorânea. Os acidentes ocorreram com maior frequência na primavera e foram identificadas áreas de alto risco nas regionais de saúde de Presidente Prudente, Barretos, São José do Rio Preto e Araçatuba, que ao longo do tempo formaram um único aglomerado de alto risco. Em termos espaciais, no entanto, os óbitos foram distribuídos aleatoriamente. Altas temperaturas, baixa precipitação e vegetação natural pobre estão associados a áreas de maior risco. Neste estudo, identificamos áreas e populações em risco de envenenamento por escorpião e fatalidades associadas, que podem ser usadas para apoiar a tomada de decisões dos serviços de saúde para reduzir o contato humano com esses aracnídeos e evitar mortes, principalmente em crianças e durante a primavera.