Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Dilson José de Sena |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-02082004-160814/
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Resumo: |
O objetivo deste estudo é identificar e estimar a influência da escolaridade e outros fatores socioeconômicos no rendimento do trabalho no nordeste e sudeste do Brasil. Retornos a escolaridade, sexo, cor da pele e nível educacional dos pais foram estimados com ajustamento de quatros diferentes modelos econométricos: três regressões lineares múltiplas e um modelo de variável instrumental. Neste estudo foi utilizada amostra de 3.169 observações, selecionada da Pesquisa sobre Padrões de Vida 1996-1997 - PPV do IBGE. A seleção da amostra se deu através da imposição de algumas restrições aos microdados da PPV, sendo as principais: i) observações com rendimento do trabalho positivo; ii) de pessoas com 15 anos ou mais de idade que conheciam o nível educacional dos pais. O referencial teórico deste estudo é baseado na teoria do capital humano, com ênfase especial as contribuições de T. W. Schultz e Jacob Mincer. Os resultados encontrados são consistentes com os princípios propostos por Mincer. Em todas formulações o conjunto de variáveis mostrou-se relevante e o coeficiente de determinação satisfatório. A pesquisa aponta para a existência de uma relação positiva entre educação e rendimento do trabalho. As taxas de retornos estimadas para escolaridade variam de 12% a 19% e parecem plausíveis para o caso brasileiro. Como relação de causa e efeito, pode-se esperar que um ano adicional de educação formal eleve tanto a produtividade quanto o rendimento do trabalho. Também importante, é a constatação que o nível educacional dos pais exerce influência positiva sobre o rendimento do trabalho. Esta variável foi utilizada como proxy das características não observáveis que influenciam a escolarização dos indivíduos, denominadas de family background. A média de anos de estudos completos na amostra selecionada situa-se muito acima das estatísticas oficiais do país, em torno de 10 anos, evidenciando a crescente importância com que instituições públicas e privadas do mercado de trabalho vêem a educação. Provavelmente, este fato tenderá a ser muito mais relevante no futuro, conduzindo os policymakers e as pessoas comuns a considerarem os investimentos em educação uma questão prioritária, se não a mais importante. Outras variáveis especificadas nos modelos mostraram-se relevantes, como sexo, cor da pele e região. Algumas dessas variáveis explicam parcela significativa das diferenças regionais no Brasil. Diferenciais regionais de escolaridade e renda refletiram os contrastes entre pobreza rural e o crescimento desorganizado nas áreas urbanas. Nossos resultados mostram que o rendimento do trabalho é muito mais elevado nas metrópoles estudadas, especialmente no sudeste. Tanto no nordeste quanto no sudeste, o rendimento do trabalho no meio rural apresenta valores inferiores aos do meio urbano. Os anos de idade das pessoas mostram-se relacionados positivamente com o rendimento do trabalho, até certo ponto no intervalo entre 52 e 58 anos, quando o rendimento do trabalho é máximo. Além desse limite, espera-se uma depreciação do estoque de capital humano acumulado pelo indivíduo. Como sugerido pela variável representativa das pessoas de origem asiática, este grupo étnico apresenta rendimento do trabalho acima dos demais grupos da amostra selecionada. Finalmente, apesar das mulheres exibir escolaridade ligeiramente maior que os homens - um ano a mais - seu rendimento médio no trabalho corresponde a 75% do pelos homens. |