Classe social, renda, escolaridade e desigualdade de saúde no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Coimbra, Renan Marcelo Alves lattes
Orientador(a): Santos, José Alcides Figueiredo lattes
Banca de defesa: Carvalhaes, Flavio Alex de Oliveira lattes, Neubert, Luiz Flávio lattes, Dulci, João Assis lattes, Tavares Júnior, Fernando lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4024
Resumo: A dissertação investiga efeitos de acréscimos em renda e escolaridade sobre o estado de saúde. Tem como pano de fundo e cenário motivador o quadro de progressos pelos quais o Brasil passou nos últimos vinte anos, especialmente a expansão do sistema de ensino e os incrementos na remuneração dos estratos mais subalternos. O estudo parte dos argumentos de sociólogos brasileiros a proporem que estes avanços, embora tenham gerado benefícios para todas as classes sociais, pouco diminuíram as distâncias entre elas. A hipótese defendida é que, em tais circunstâncias, as camadas menos favorecidas tendem a maiores ganhos em saúde. Mecanismos bastante específicos oferecem explicação razoável ao quadro. Visando melhor compreendê-los, o objetivo mais geral do estudo consiste em contrastar impactos do aumento em renda e instrução com a situação de classe. Em outras palavras, propõe investigar os efeitos de alterações nestes fatores para eventos em que a localização das pessoas na estrutura socioeconômica permaneça a mesma. O trabalho não analisa a distribuição de saúde ao longo do tempo. Ao invés disso, por meio de regressão logística e ferramentas estatísticas, manipula os dados e faz simulações (quadros contrafactuais) para apontar a força e a natureza dos efeitos em situações de mudança. Os resultados, oriundos dos microdados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 e tratados com o programa estatístico Stata, revelam que na base da estrutura socioeconômica, onde há escassez de recursos, acréscimos em renda e escolaridade geram ganhos consideráveis. Dentre os privilegiados, a proximidade do limite de saúde boa, ou efeito de teto, faz com que os incrementos afetem sua situação de forma bem menos intensa. Apesar das melhorias absolutas ocorridas em todos os estratos, os avanços relativos obtidos pelos subalternos não encerram as assimetrias, pois classe mantem sua capacidade de operar protetivamente. Assim, a desvantagem de saúde das pessoas localizadas na parte inferior da pirâmide, mesmo através de ganhos nos indicadores acima referidos, dificilmente é revertida. Neste estudo, a medida correspondente à variável resposta é a autodeclaração do estado de saúde.