A escrita na formação de um pesquisador: marcas de reformulação textual em versões de texto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Igreja, Suelen Gregatti da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31102017-113700/
Resumo: Por meio da análise de versões de textos redigidas por um mesmo sujeito ao longo de um período de onze anos, o quanto podemos compreender a respeito das vicissitudes envolvidas na aprendizagem da escrita do texto acadêmico? Essa pergunta norteou a investigação que deu origem à presente tese cujo objeto voltou-se ao percurso de escrita de um pesquisador em formação. Seu objetivo geral foi, a partir da análise de marcas de reformulação textual em versões de texto, discutir as particularidades do papel da escrita na formação de um pesquisador, papel esse intrinsicamente relacionado com a própria formação em curso. Tomando a psicanálise de orientação lacaniana como nosso principal arcabouço teórico, procuramos dar a ver como o pesquisador estabeleceu relação entre sua palavra e a palavra do outro, nas versões que escreveu para os textos que vieram a ser dois relatórios de iniciação científica, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado. Com isso, quisemos dar a ver quais foram os pontos de virada pelos quais o pesquisador passou, em diferentes momentos de sua formação, para conseguir construir um lugar próprio para enunciar (RIOLFI; ALAMINOS, 2007). Nossa tese é aquela segundo a qual, por meio da análise das marcas visíveis e invisíveis de formulação textual (GRÉSILLON, 2007), podemos empreender construções em análise (FREUD, 1937) que nos permitem calcular, em nível cognitivo, como o pesquisador está superando os obstáculos epistemológicos que entravam sua reconstrução do conhecimento da modalidade científica (BACHELARD, 1996) e, em nível subjetivo, como, por meio das operações de alienação e separação (LACAN, 1964), colocou-se, emocionalmente, em posição de poder a vir construir novo conhecimento. Com relação aos objetivos específicos tivemos: 1) Analisar as marcas de reformulação textual em versões de texto redigidas por um pesquisador em formação; 2) Analisar, em versões de texto redigidos por um pesquisador em formação, a dinâmica do ultrapassamento de obstáculos epistemológicos em momentos que podem ser qualificados de pontos de virada (RIOLFI; ALAMINOS, 2007); e 3) Estudar a influência que as intervenções realizadas por terceiros (o orientador e colegas de grupo de pesquisa) em versões de texto têm no processo de escrita de textos acadêmicos. A análise de versões de textos permitiu concluir que o ultrapassamento dos obstáculos epistemológicos está ligado à possibilidade de o pesquisador em formação alterar a relação que estabelece com o conhecimento. Para tanto, ele precisa submeter suas impressões iniciais a uma rede simbólica, reformulando o que escreveu.