Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Alisson Padilha de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-07052024-151215/
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Resumo: |
A cirurgia bariátrica é considerada hoje o principal tratamento para a obesidade mórbida. Embora esteja associada à melhora de diversas comorbidades associadas à obesidade em curto prazo, estudos com seguimentos mais longos (>12 meses pós-cirúrgicos) sugerem que diversos efeitos protetores da cirurgia por si só parecem ser transitórios na ausência de mudanças do estilo de vida. Sabe-se que a cirurgia bariátrica parece impactar substancialmente a diversidade da microbiota, tornando-a mais próxima daquela observada em pacientes menos obesos ou eutróficos. Dados recentes sugerem ainda que o exercício físico em intensidade moderada, pode levar ao aumento da diversidade da microbiota intestinal. Dessa forma, o objetivo desse estudo é avaliar os efeitos de um programa de treinamento físico sobre a composição e diversidade da microbiota intestinal, composição corporal e fatores de risco cardiometabólicos em mulheres obesas submetidas à cirurgia bariátrica. Após a triagem, as participantes foram randomizadas em dois grupos: grupo submetido ao programa de treinamento físico após a cirurgia bariátrica (treinamento de força + treinamento aeróbio; RYGB + TF) e o grupo não submetido ao treinamento físico após a cirurgia bariátrica pela técnica de derivação gastrointestinal e reconstrução em Y de Roux (RYGB). Todas as participantes foram submetidas à cirurgia bariátrica RYGB, que combina procedimentos restritivos e mal absortivos. Três meses após a cirurgia, as participantes do grupo RYGB + TF deram início ao programa de treinamento físico com seis meses de duração. No período basal (PRÉ), três meses após a cirurgia bariátrica (3 MESES) e seis meses após o treinamento físico (9 MESES), as pacientes realizaram avaliações da composição e diversidade da microbiota intestinal, composição corporal, avaliações sanguíneas, avaliação da capacidade física e funcional, nível de atividade física, inflamação sistêmica, e avaliação nutricional. Um grupo controle saudável (CTRL) composto por voluntárias pareadas por sexo e idade foram avaliadas unicamente no período PRÉ para fins de referência. Participaram dessa pesquisa 32 mulheres que realizaram a cirurgia bariátrica e 16 mulheres com hábitos saudáveis e que não realizaram cirurgia bariátrica. Dessa forma, foram alocadas (16) no grupo RYGB + TF, (16) no grupo RYGB e (16) no grupo controle saudável. A cirurgia bariátrica foi efetiva na melhora do perfil lipídico e de todos os índices de sensibilidade à insulina, tendo o treinamento físico exercido efeito benéfico aditivo, embora modesto, apenas nas concentrações de HDL-col, triglicérides, peptídeo C de jejum, glicemia de jejum e nas concentrações de proteína C-reativa, IL1-ra e IL-1ß. Em relação à microbiota intestinal, a cirurgia bariátrica levou ao aumento da riqueza, enquanto o treinamento físico também levou ao aumento da uniformidade e do índice de diversidade Shannon da microbiota intestinal das pacientes. Embora não tenhamos observado diferenças na beta diversidade da microbiota intestinal entre os grupos bariátricos ao longo da intervenção, foram observadas diferenças na abundância diferencial de alguns gêneros do PRÉ para o PÓS 9, com expressivo aumento do gênero Granulicatella e Rothia no grupo treinado, e relevante aumento nos gêneros Escherichia/Shigella e Streptococcus, e uma diminuição acentuada nos gêneros Flavonifractor, Turicibacter e Mesosutterella e diminuição no gênero Anaerostipes no grupo não treinado apenas, sugerindo que o treinamento físico modulou de forma diferente, mesmo que modestamente, a composição da microbiota intestinal das pacientes bariátricas. Nossos achados indicam que cirurgia bariátrica levou a mudanças positivas na composição e diversidade da microbiota intestinal, enquanto o treinamento físico parece ter exercido efeitos benéficos aditivos, ainda que modestos, nestes parâmetros, os quais podem estar associados às melhorias, também modestas, de alguns parâmetros metabólicos, inflamatórios e de capacidade física dessas pacientes. Esses dados corroboram dados anteriores do nosso e de outros grupos, que mostraram efeitos benéficos importantes do treinamento físico após a cirurgia bariátrica em mulheres, sugerindo um mecanismo de ação que possa explicar, mesmo que parcialmente, esses achados |