Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Henrique Tobaro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-18052020-102343/
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Resumo: |
A obesidade é considerada na medicina veterinária a afecção nutricional e metabólica mais comum da atualidade. Esta ocorre devido ao acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, resultado do aumento na ingestão de energia associado a falta de atividade física. A obesidade vem sendo correlacionada com disbiose da microbiota intestinal, bem como em desordens imunológicas, alterações ortopédicas, respiratórias e metabólicas, como resistência insulínica e hiperlipidemia. Estudos demonstraram em ratos geneticamente obesos e induzidos pela dieta, que a microbiota cecal de animais acima do peso apresentam tags genéticos ambientais que codificam enzimas envolvidas na degradação de polissacarídeos e no metabolismo de carboidratos simples. Assim, a microbiota de indivíduos obesos pode ser mais eficiente em digerir e metabolizar a energia da dieta que indivíduos magros. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a microbiota fecal de cães obesos e em escore corporal ideal e avaliar os efeitos do programa de perda de peso sobre os filos e gêneros bacterianos. Foram incluídos vinte cães, fêmeas, castradas, de diferentes raças, com idade entre 1 a 9 anos. Os animais foram divididos em dois grupos: grupo experimental de animais obesos (GO), com escore de condição corporal (ECC) 9 e com porcentagem de gordura corporal superior a 30%, determinada pelo método de diluição de isótopos de deutério e um grupo controle (GC), com ECC 4 ou 5 e gordura corporal máxima de 15%. Os animais obesos foram incluídos em um programa de perda de peso e, quando perderam 20% do peso inicial, passaram a compor o grupo de animais emagrecidos (GE). Foram coletadas amostras de fezes dos três grupos experimentais. Nos grupos controle e obesos, a coleta foi realizada após um período de adaptação com dieta de manutenção e, no grupo emagrecido, a coleta de fezes foi realizada no final do programa de perda de peso. Após cada coleta, as amostras foram armazenadas em freezer -80°C. Na sequência, foi extraído o DNA total das fezes e estas foram sequenciadas pela metodologia Illumina. As abundâncias observadas para cada filo e gênero foram avaliadas por modelo linear generalizado, considerando distribuição binominal e pelo emprego da função de ligação logit. O modelo incluiu efeitos fixos de grupos (Controle, Obesos e Emagrecidos), além dos efeitos aleatórios de animal e resíduo. Todas as análises foram realizadas pelo procedimento PROC GLIMMIX do programa Statistical Analysis System. Valores de P<0,05 foram considerados significativos. Foram identificados 7 filos e 51 gêneros diferentes entre os 3 grupos experimentais. O filo e gênero predominante entre os grupos foi respectivamente o Firmicutes (53,01% - 71,98%) e o Clostridium (42,43 25,51%). Foi observada diferença entre animais obesos e magros para o filo Firmicutes (P=0,0189) e gênero Sutturella (P=0,0095). O programa de perda de peso modulou de forma positiva os filos Actinobacteria (P=0,0128), Firmicutes (P=0,0189) e o gênero Dorea (P<,0001) e, negativamente o Faecalibacterium (P=0,0114). O presente trabalho verificou que o programa de perda de peso foi capaz de modular os microrganismos do trato gastrointestinal, de forma que, os cães emagrecidos apresentaram composição microbiana com maior biodiversidade, aumento de Actinobacteria, Firmicutes e Dorea e menor abundancia de Faecalibacterium. |