Imunização de lambaris (Astyanax lacustris) com o gene que codifica o antígeno de imobilização IAG52A de Ichthyophthirius multifiliis associado com a citocina IL-8 de A. lacustris como adjuvante molecular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Meira, Caroline Munhoz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-30062023-091152/
Resumo: O lambari (Astyanax lacustris) é um peixe caraciforme de pequeno porte que vem ganhando grande destaque na aquicultura nacional sendo também muito utilizado como modelo em pesquisas, uma vez que possui altas taxas de crescimento, fácil reprodução e rápida maturação sexual. A crescente importância deste peixe faz com que seja cada vez mais necessário desenvolver alternativas para o controle de enfermidades que os acometem, como é o caso da ictiofitiríase, causada pelo protozoário ciliado Ichthyophthirius multifiliis, um parasita que atinge praticamente qualquer espécie de peixe de água doce causando importantes perdas para a indústria de pescados. Apesar disso, não existem tratamentos eficazes para o controle dessa patogenia em produções de larga escala, o que torna essencial a adoção de estratégias preventivas. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da imunização de A. lacustris com vacina gênica composta pelo antígeno de imobilização IAG52A de I. multifiliis em conjunto com a citocina IL-8 obtida de lambaris como adjuvante molecular. As sequências do IAG52A e da IL-8 foram clonadas no vetor de expressão pcDNA 3.1. A análise da transcrição do gene IAG52A de I. multifiliis em lambaris imunizados com o plasmídeo pcDNA3.1-IAG52A indicou a produção de mRNA na musculatura dos peixes vacinados, e que havia potencial de expressão dessa proteína nos animais. Posteriormente, os peixes foram divididos em cinco grupos, vacinados com PBS, com pcDNA 3.1 sem inserto, com o pcDNA 3.1-IAG52A, com o pcDNA 3.1-IL-8 e com uma associação do pcDNA 3.1-IAG52A + pcDNA 3.1-IL-8. Todos os grupos receberam uma dose de reforço 14 dias após a primeira imunização. Dos peixes vacinados foram coletadas amostras de baço e do rim anterior para a análise da expressão das citocinas inflamatórias, IL-1, IL-8, TNFα e IFNγ. Os resultados demonstraram que a vacina foi capaz de gerar um aumento da IL1-β no baço nas primeiras 6 h pós segunda dose e após 14 dias. A expressão de IL-8 no baço e no rim não apresentou diferenças significativas do grupo controle. A análise da TNFα no rim dos animais vacinados demonstrou expressão superior dos grupos vacinados com IAG52A, IAG52-A+IL-8 e MOCK em relação ao controle após 14 dias que pode estar relacionada a componentes do próprio plasmídeo. Para a IFN-γ, as diferenças de expressão entre os grupos não permitiram conclusões concretas acerca do mecanismo de regulação da expressão destas nos animais vacinados. A análise histológica foi realizada para visualizar a migração de células inflamatórias para a região de aplicação da vacina, demonstrando que não houve diferença na concentração de leucócitos no período de 12 e 24 h após a vacinação. Entretanto, após 14 dias, os grupos injetados com IAG e com IAG+IL-8, apresentaram uma densidade maior de leucócitos nos sítios de aplicação quando comparados ao controle. Os dados obtidos indicam que que a vacina utilizada é transcrita sugerindo que pode estimular parâmetros de resposta imune inata através da expressão de citocinas e da migração leucocitária.