O dimorfismo sexual e regulação imunoendócrina na COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Camilla Narjara Simão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-06022023-112016/
Resumo: A COVID-19 afeta desproporcionalmente os homens, que são mais propensos a desenvolver complicações após a infecção com SARS-CoV-2 e representam a maioria dos casos graves e que culminam em morte. Essa discrepância é atribuída a variações hormonais e diferenças influenciadas pelo sexo biológico nas respostas imunes. Neste estudo foram avaliadas as interações imunoendócrinas que ditam as diferentes apresentações clínicas da COVID-19 e comorbidades relacionadas ao agravamento da doença. A avaliação de uma coorte local de pacientes gerou um grande conjunto de dados analisados a partir de exames clínicos e de sangue, capazes de informar sobre a gravidade da doença. A partir destes dados, foram quantificados mediadores imunológicos e endócrinos, além da investigação de suas correlações em controles e pacientes infectados. Análises estatísticas consideraram fatores confundidores para analisar o papel dos andrógenos na COVID-19. Os resultados mostraram que homens infectados com SARS-CoV-2 apresentaram maior escore clínico da doença e tiveram tempo maior de hospitalização. De forma geral, os pacientes com COVID-19 grave apresentaram neutrofilia e linfopenia, além da redução de monócitos, eosinófilos e basófilos circulantes. Homens infectados com SARS-CoV-2 tiveram seus níveis de mediadores inflamatórios aumentados (IL-6, IL-8, mas também IL-10) e inversamente correlacionados com os níveis de testosterona, que foram reduzidos na doença grave, independentemente da idade, diabetes, hipertensão, tabagismo, obesidade, outras doenças cardiovasculares ou pulmonares. Houve tendência importante ao aumento dos níveis de di-hidrotestosterona (DHT) nos homens com COVID-19, de forma contrária à redução de testosterona. Finalmente, os níveis de testosterona foram inversamente correlacionados aos escores de gravidade da COVID-19 em homens, mas não em mulheres. Em conclusão, os dados apontam para a junção de parâmetros imunoendócrinos que podem levar ao agravamento da COVID-19 no sexo masculino, o que corrobora para o melhor entendimento da doença e manejo diferencial da COVID-19 entre homens e mulheres infectados pelo vírus SARS-CoV-2.