Investigação do papel da Microglia derivada de iPSC no Transtorno do Espectro do Autismo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Castanha, Andrelissa Gorete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-18042022-145828/
Resumo: O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento associado com elevado prejuízo funcional, onde os pacientes apresentam alterações comportamentais como movimentos repetitivos e estereotipados, déficit de comunicação e problemas de sociabilização. A prevalência mundial do TEA é muito elevada, sendo cerca de 1-2% da população mundial. O diagnóstico dos pacientes com TEA ocorre geralmente aos três anos de idade, sendo mais comum em meninos. Estudar a biologia do TEA é um desafio por conta da falta de acesso às células do sistema nervoso dos pacientes. Em 2007 foi descrita uma nova técnica capaz de reprogramar células somáticas gerando células-tronco pluripotentes (chamadas em inglês de Induced Pluripotent Stem Cells, iPSC). Nosso grupo vem realizando a modelagem do TEA idiopático in vitro através das iPSC, com a posterior diferenciação celular em células do Sistema Nervoso Central (SNC). Nossos resultados revelaram que os neurônios derivados de iPSC de pacientes com TEA tinham alterações na sinaptogênese e na conectividade. Além disso, experimentos de cocultivo com neurônios e astrócitos derivados de iPSC independentemente revelaram que astrócitos de indivíduos controles eram capazes de resgatar a morfologia e a capacidade sináptica dos neurônios derivados de pacientes com TEA idiopático. Outro achado foi o perfil neuroinflamatório dos astrócitos de pacientes com TEA, com a produção exacerbada de algumas citocinas como a IL6. Considerando ainda o perfil neuroinflamatório dos pacientes com TEA observado nos astrócitos, a proposta deste trabalho foi produzir microglias derivadas de iPSC e investigar o papel destas células no TEA. A microglia é uma célula da glia que exerce um papel preponderante responsável pelo controle imunológico do SNC, têm papel na plasticidade sináptica e na neurogênese, e na manutenção da homeostase do SNC. Considerando estas funções da microglia, o objetivo deste trabalho foi investigar os fenótipos celulares e moleculares das microglias produzidas a partir de iPSC de pacientes com TEA idiopático, em especial, o perfil de produção de citocinas. Este projeto estabeleceu o primeiro protocolo de produção de microglias derivadas de iPSC no Brasil. Nossos resultados ainda são preliminares, mas observamos que os progenitores hematopoiéticos, assim como os microgliais e microglias diferenciadas, apresentaram semelhanças na morfologia entre pacientes controles e autistas, assim como já observado entre iPSCs e NPCs, sendo necessários mais investigações para verificar o papel destas células no fenótipo do TEA.