Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bigatto, Karen Roberta Steagall |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-22072019-173048/
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Resumo: |
O objeto desta pesquisa é o cuidado em saúde mental e a produção de subjetividade a partir da utilização da música como dispositivo. O objetivo foi cartografar a presença da música no contexto de cuidados em saúde mental em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps). O campo de produção de dados foi o Caps Perdizes e os sujeitos foram os participantes do grupo Música-Laboratório, que acontece nesse serviço. O cuidado é entendido como real e significativo quando o sujeito é o foco, e não a doença. Ressalta-se a importância em ressignificar conceitos e entendimentos acerca da loucura, do louco, da doença e do cuidado, a partir dos pressupostos da Reforma Psiquiátrica e a consequente transição de paradigmas de cuidado do biomédico para o psicossocial. O cuidado em saúde mental pede ferramentas e dispositivos que produzam deslocamento no sentido da criação de territórios existenciais de vida e trocas. A música apresenta-se como possibilidade de atuar nesse sentido. Nota-se a música como elemento presente no contexto da saúde mental. Questiona-se acerca de sua potência como produtora de cuidado e subjetividade, e de permear e facilitar esses processos. As discussões e a sustentação teórica desta pesquisa partem do referencial teórico da Esquizoanálise. Metodologicamente, esta pesquisa foi desenvolvida a partir da cartografia. A cartografia pressupõe a construção de mapas decorrentes da imersão do pesquisador na realidade estudada, do contato direto com o objeto, em conjunto com os sujeitos. Optou-se pelos dispositivos de observação-participante com diário de campo e entrevistas semiabertas para a produção dos dados. A observaçãoparticipante deu-se pela inserção da pesquisadora no grupo Música-Laboratório. O diário de campo configurou-se como dispositivo de suporte à observaçãoparticipante. Nele, foram registradas sensações, inspirações e pistas sobre o cuidado e a subjetividade que ocorreram à pesquisadora. As entrevistas foram realizadas com seis membros do grupo que aceitaram participar, e proporcionaram o acesso a outros planos da experiência; provocaram o deslocamento de sentidos e a produção de conhecimento novo. A partir dos dados produzidos, foram construídos sete mapas: imersão, ensaio, arranjos possíveis, lá fora é sério!, linhas de musicalidade, música na composição de linhas de fuga e sonoridades e dissonâncias. Os resultados desta pesquisa apontam para a música como potente dispositivo para produção de cuidado e subjetividade, através da produção de afeto, aumento da potência, da possibilidade de produção do novo e da geração de linhas de fuga. Além disso, aposta-se na música como ferramenta para o estabelecimento de um diálogo permanente entre o campo da saúde mental e a sociedade. |