Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pineschi, Danilo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44137/tde-30082022-074829/
|
Resumo: |
A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) (ou Província Mineral Juruena-Teles Pires) está localizada na porção sudoeste do Cráton Amazônico e inserida no contexto geotectônico das províncias Tapajós-Parima e Rondônia-Juruena. A PAAF é composta majoritariamente por unidades plutônicas, vulcânicas e vulcanossedimentares paleoproterozoicas interpretadas como formadas em ambiente de arco magmático que evoluiu para um contexto pós-orogênico a intraplaca no período entre 2,1 e 1,7 Ga. No setor leste da PAAF, extremo-norte do Estado de Mato Grosso, granitoides e sequências subvulcânicas hospedam diversas ocorrências primárias, auríferas e polimetálicas. Normalmente são rochas relativamente oxidadas da série da magnetita, tipo I, cálcio-alcalinas a sub-alcalinas, de médio a alto K, meta a peraluminosas. O ouro comumente se encontra incluso em pirita, principal mineral de minério da PAAF; outros minerais de minério são calcopirita, galena, esfalerita, molibdenita, hematita e magnetita. A maior parte das ocorrências auríferas é interpretada como geneticamente relacionada a sistemas magmático-hidrotermais, em especial o sistema pórfiro-epitermal. Apesar de ser uma província eminentemente aurífera, diversas empresas do setor mineral têm descoberto ocorrências e anomalias essencialmente cupríferas, como é o caso do Alvo-47, um novo prospecto de Cu ± Au ± Mo recentemente descoberto no setor leste da PAAF, mais precisamente no município de Matupá (MT), e que representa o objeto de estudo desta dissertação. O estudo de testemunhos de sondagem e a descrição petrográfica das rochas do Alvo-47 evidenciaram que o alvo é composto por três unidades hospedeiras de mineralização cuprífera: (i) unidade monzogranítica; (ii) unidade quartzo monzonítica; e (iii) unidade monzogranítica/pórfiro. Dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão revelaram que a idade de cristalização da unidade monzogranítica é de 1,873,8 ±7,3 Ma, ao passo que as idades de cristalização das unidades quartzo monzonítica e monzogranítica/pórfiro são, respectivamente, de 1,763,5 ±9,1 Ma e de 1,777,9 ±6,4 Ma. Dentro do contexto geológico-geotectônico da PAAF, as características petrográficas das três unidades, em conjunto com suas idades de cristalização, permitem que as unidades (i), (ii) e (iii) sejam inseridas na Suíte Intrusiva Matupá (i) e na Suíte Intrusiva Teles Pires (ii e iii). Os estilos de alteração hidrotermal que afetam as hospedeiras são, de acordo com proposta deste trabalho, temporalmente dispostos da seguinte maneira: alteração potássica com ortoclásio e biotita, alteração sericítica, silicificação, carbonatação e alteração propilítica. A mineralização cuprífera no Alvo-47 é composta pela paragênese pirita + calcopirita, e ocorre essencialmente na forma venular, com mineralização disseminada subordinada. Embora não tenham sido reconhecidos petrograficamente, Au e Mo estão presentes em pequenas quantidades nas análises geoquímicas do minério. De modo geral, a mineralização do Alvo-47 representa atualmente uma anomalia geoquímica, com teores subeconômicos de Cu (média de ~300 ppm), Au (média de ~0,01 ppm) e Mo (média de ~25 ppm). O conjunto de características petrográficas e de estilos de alteração hidrotermal possivelmente insere o Alvo-47 no campo de mineralizações do estilo magmático-hidrotermal. A hipótese adotada neste trabalho é a de que o Alvo-47 possa estar relacionado a sistemas Cu-pórfiro, embora apresente características que o diferem do modelo clássico deste sistema. Por fim, a colocação das unidades aqui pertencentes à Suíte Teles Pires poderia ter fornecido calor e fluidos para o desenvolvimento do sistema magmático-hidrotermal responsável pela mineralização do Alvo-47, além de transformar o monzogranito Matupá em um dos muitos hospedeiros de mineralizações na PAAF. |