Geologia e metalogênese do garimpo de Au ± Cu da Raimunda, na Província Mineral de Alta Floresta (MT)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mata, Suelen Portughesi da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244113
Resumo: A Província Mineral de Alta Floresta (PMAF), ao sul do Cráton Amazônico, corresponde a uma faixa alongada na direção NW-SE, composta por diversas unidades graníticas, vulcânicas e vulcanossedimentares paleoproterozoicas, que se estendem por mais de 500 km na direção NW-SE. Entre as décadas de 1980 e 1990, a Província foi uma das principais regiões produtoras de ouro do país, com uma produção de aproximadamente 160 t. A colocação de corpos graníticos cálcio-alcalinos, pós-orogênicos do tipo I (2,0-1,87 Ga), a partir de um contexto de arcos magmáticos continentais, tem sido considerada como essencial na instalação de sistemas magmático-hidrotermais disseminados, venulares e stockworks de Au ± Cu ± Zn ± Pb ± Mo. O estudo sistemático e integrado dessas mineralizações têm possibilitado a sua interpretação dentro de um modelo magmático-hidrotermal semelhante ao de ouro pórfiro e epitermal, porém, com depósitos posicionados em distintos níveis crustais. O Garimpo da Raimunda se insere nesse contexto, sendo hospedado por rochas graníticas associadas a unidade Granito Novo Mundo. As análises pretrográficas e geoquímicas feitas a partir do estudo de testemunhos de sondagem evidenciaram a ocorrência de duas rochas hospedeiras principais da mineralização: (1) tonalito; e (2) granodiorito, sendo elas pertencentes a série cálcio-alcalina, de caráter predominantemente metaluminoso, correspondentes ao granitos magnesianos do tipo I, pré-colisionais a sin-colisionais. Dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão revelaram que a idade de cristalização do granodiorito é de 1975.1 ±4.5 Ma. Todas as características analisadas confirmam que a rocha hospedeira seria pertencente ao Granito Novo Mundo. Foram reconhecidos seis estágios hidrotermais que afetam as hospedeiras, sendo eles em ordem cronológica de ocorrência: (1) alteração sódica com albita; (2) alteração potássica com K-feldspato e biotita; (3) alteração sericítica; (4) alteração propilítica; (5) injeção de sílica; (6) vênulas tardias de variada composição. O minério aurífero é filonar e está temporal e espacialmente associado a veios de quartzo ± carbonato, que correspondem ao 5º estágio de alteração descrito. O minério é representado pela paragênese pirita ± calcopirita ± pirrotita ± esfalerita ± hematita ± bismutinita ± ouro. Todas as análises feitas sugerem que o garimpo da Raimunda se insere no contexto dos sistemas auríferos disseminados e confinados a veios e stockwork de quartzo em granitos cálcio-alcalinos descritos na província. A hipótese adotada neste trabalho é de que o sistema hidrotermal e as zonas sulfetadas e mineralizadas do garimpo da Raimunda teriam se formado a partir do desenvolvimento de um sistema epitermal de sulfetização intermediária (epitermal intermediate sulfidation) que teria sobreposto (telescopado) um possível sistema do tipo pórfiro.