Teias de significação: performance de língua-franca e narrativas vivenciadas de identidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Levin, Irene Sinnecker
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-03042008-133743/
Resumo: Esta pesquisa de cunho etnográfico procura investigar o complexo da linguagem, focalizando o caráter performativo da linguagem e a busca por uma língua-franca de modo geral, e o papel do modo narrativo em particular, na construção de identidade, considerando-se que esta é composta por um complexo de vivências de corpo, alma e espírito, sócio-históricas e culturais contextualizadas. Os significados de nossas construções narrativas são constituídos por e constituem nossos contextos sociais, culturais e ideológicos. Identidade não é homogenia, estável ou fixa, pelo contrário, trata-se de uma construção híbrida, uma teia de significação performativa (Geertz 1973; Hall 1996, 1997, 2003; Bhabha 1990, 1994, 1998, 2000; Menezes de Souza 2004, 2006), é um complexo, conjunto de narrativas, de processos de ação, de construção de significação, que formam o sujeito (Bruner, J. 1986, 1992, 2001; Klapproth 2004). A vivência contextualizada é o elemento de ligação entre narrativa e identidade (Merleau Ponty 1945, 1961, 1984; Varella 1991, Lakoff & Johnson 1999, Bakhtin 1988, Lemke 1997). Procuraremos demonstrar como as narrativas construídas em torno da comunidade cafeeira no Brasil do século XIX, especialmente em torno da imigração de cunho particular, para a fazenda de café Ibicaba do Senador Vergueiro no estado de São Paulo, são vivências de identidades contextualizadas que repercutem na construção de outras identidades que exercitam o direito de narrar e significar até os dias de hoje. Para sobrevivermos à crise de identidade criamos várias identificações. Através do direito de narrar sob perspectivas, vivências e contextos distintos, sejam de inclusão ou deslocamento, sejam voltadas para o passado ou futuro, somos todos híbridos ao lidarmos com a indeterminação e contingência de identidade que é o que temos em comum. Detectamos que várias \"verdades\" são construídas sócio-histórica e culturalmente a partir de seus contextos e que \'as identidades são um complexo de narrativas vivenciadas, formadas nas zonas híbridas de encontro de culturas\'.