Análise de fatores preditivos de ressecção visceral no tratamento operatório de doentes portadores de hérnia incisional gigante com perda de domicílio submetidos a pneumoperitônio progressivo pré-operatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Tanaka, Eduardo Yassushi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-31082009-151511/
Resumo: INTRODUÇÃO: Hérnia incisional (HI) é complicação relacionada às laparotomias e ocorre em cerca de 2 a 15% dos pacientes submetidos a procedimento operatório abdominal. A técnica de pneumoperitônio progressivo pré-operatório (PPP), descrita por Goñi Moreno em 1940, trouxe uma solução revolucionária e reprodutível para o tratamento da HI com perda de domicílio. Mesmo nos dias atuais, o tratamento das HI gigantes (com anel herniário maior que 10 centímetros) e com perda de domicílio representa um desafio ao cirurgião. Estabeleceu-se no Serviço de Cirurgia Eletiva da Divisão de Clínica Cirúrgica III do Hospital das Clínicas e Disciplina de Cirurgia Geral da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SCE DCCIII DCG HC FMUSP) protocolo de tratamento deste tipo de doença, com realização de tomografia computadorizada (TC) de abdome total e cálculo de volume da cavidade abdominal (VCA) e do saco herniário (VSH), realização de PPP e ressecção visceral (ressecção total ou parcial de vísceras intraabdominais) em alguns casos, pelo risco de Síndrome Compartimental Abdominal (SCA). O objetivo do estudo foi encontrar fatores preditivos para avaliar a necessidade de ressecção visceral no tratamento operatório do paciente portador de hérnia incisional gigante com perda de domicílio submetido a PPP. MÉTODO: Foram coletados e analisados dados retrospectivos de 23 pacientes operados na clínica cirúrgica no período de fevereiro de 2001 a abril de 2008, que apresentavam perda de domicílio comprovado por estudo tomográfico demonstrando relação de volumes (RV) maior ou igual a 25% (VSH/VCA25%). Usamos o teste de qui-quadrado e teste exato de Fisher para avaliar a associação entre variáveis qualitativas e teste t de Student e o teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis quantitativas. O tratamento operatório destes doentes contemplou realização de PPP, conforme protocolo. Foram então divididos em 2 grupos: Os submetidos a ressecção visceral (GRV) e os não submetidos a ressecção visceral (GNRV) no tratamento operatório. RESULTADOS: Dos 23 pacientes operados, 10 (43,5%) foram submetidos a ressecção visceral. Observou-se que os valores de duas variáveis dentre as analisadas: A pressão intra-abdominal após redução temporária do conteúdo herniário (PIAfechado) e a variação da pressão intra-abdominal do momento inicial ao momento da redução temporária do conteúdo herniário (PIA) estavam significativamente aumentados nos casos submetidos a ressecção visceral. CONCLUSÕES: A ressecção visceral deve ser considerada quando a PIAfechado é superior a 18 cm dágua e quando a PIA é superior a 9 cm dágua. A monitorização da PIA no início da operação, após o fechamento temporário e no pós-operatório é necessária e imprescindível neste tipo de operação.