Memórias e sonhos de encarcerados: estudo realizado à partir da idéia de servidão em Espinosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Balila, Douglas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-02032010-122951/
Resumo: Este estudo focaliza a influência do ambiente carcerário sobre as narrativas auto-biográficas de oito homens com idade superior a 45 anos, encarcerados numa instituição prisional localizada na cidade de Santo André, região do grande ABC paulista, colhidas ao longo do ano de 1997. Após a análise qualitativa dos dados, observam-se três características marcantes na evocação das narrativas auto-biográficas destes entrevistados: 1) estão envolvidas pela história social e por quadros de referências culturais e familiares que estruturaram suas experiências pessoais vividas no passado; 2) experiências básicas vividas no ambiente carcerário, tais como, o desenraizamento, a servidão e o confinamento, frequentemente estruturam a forma e o conteúdo das narrativas; 3) as experiências pessoais evocadas pelos entrevistados, frequentemente referem-se a episódios análogos às experiências atualmente vividas no ambiente carcerário. Este estudo finalmente considera que o ambiente carcerário constrange o processo mnêmico atual dos entrevistados, tornando o exame livre de suas evocações auto-biográficas, fortemente determinado pela estrutura deste ambiente que as envolve e afeta. Tais considerações são afirmadas com base na análise das entrevistas à partir do levantamento das propriedades desse ambiente, e do quadro teórico-metódico do filósofo holandês Baruch Espinosa, mais especificamente, à partir de suas idéias sobre o funcionamento da memória e da imaginação, e o significado e as causas da servidão humana.