Líquen plano pilar e alopecia frontal fibrosante: correlação dos achados clínicos e dermatoscópicos com o grau de inflamação do exame histopatológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fechine, Carolina Oliveira Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-19122022-191641/
Resumo: Introdução: O líquen plano pilar (LPP) é uma forma de alopecia cicatricial linfocítica primária com uma ou mais áreas de alopecia irregular, eritema e descamação peripilares. A alopecia frontal fibrosante (AFF) é considerada variante do LPP, com características clínicas peculiares como recesso frontotemporal em faixa, rarefação de supercílios e perda de outros pelos do corpo. O diagnóstico definitivo das alopecias cicatriciais é realizado através de histopatologia de biópsia do couro cabeludo, evidenciando o padrão inflamatório e áreas de fibrose. Os sintomas, sinais e a extensão clínica são parâmetros utilizados para a escolha terapêutica e seguimento. No entanto, há uma carência de dados sobre a correlação de achados clínicos e dermatoscópicos com a atividade inflamatória histopatológica do LPP e da AFF. Objetivos: Avaliar e correlacionar variáveis inflamatórias clínicas e dermatoscópicas, com a inflamação histológica em pacientes com LPP e AFF. Metodologia: Trata-se de estudo primário analítico, observacional e transversal. Foram selecionadas 103 pacientes do sexo feminino com suspeita clínica de LPP ou AFF, em primeira consulta, no Ambulatório de Tricologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Os parâmetros clínicos, dermatoscópicos e histológicos foram documentados em formulários padronizados com dados obtidos da mesma área que seria biopsiada. Todas as variáveis foram correlacionadas através de método estatístico. Resultados: De um total de 103 pacientes, a amostra final foi de 27 pacientes com LPP e 67 com AFF que preencheram os critérios de inclusão. Em ambos os grupos, o sintoma mais comum foi prurido, e o sinal inflamatório mais prevalente foi descamação peripilar. A dermatoscopia permitiu melhor detalhamento dos sinais e a visualização de telangiectasias descritas como eritema difuso ao exame clínico. A histopatologia evidenciou infiltrado inflamatório mais intenso na AFF (p=0,02), e mais profundo no LPP (p=0,02). Houve correlação forte direta entre a avaliação do infiltrado inflamatório por método subjetivo e por fração do campo microscópico de 400x com a medição do infiltrado inflamatório por área com o programa Image J. As variáveis de sintomas, sinais clínicos e dermatoscópicos não se correlacionaram com a inflamação histopatológica. Conclusão: Em nosso estudo, documentamos pacientes assintomáticos e sem sinais inflamatórios clínicos evidentes com infiltrado histopatológico importante. E pacientes com sinais e sintomas relevantes sem inflamação histopatológica significativa. Demonstrou- se nítida discordância entre sintomas e sinais clínicos ou de dermatoscopia com o grau de inflamação histopatológica. Tal constatação tem repercussões no diagnóstico, conduta terapêutica e seguimento, tendo em vista que nenhuma dessas variáveis clínicas traduz a inflamação histopatológica, não caracterizando parâmetros de atividade do LPP ou da AFF