O gigolô das palavras: leitura das Memórias de um gigolô, de Marcos Rey

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Carvalho, Rafael Nascimento da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-07012014-105127/
Resumo: Publicadas em 1968, as Memórias de um gigolô, romance de Marcos Rey, têm sido lidas pela crítica a partir de categorias genéricas como romance-folhetim e narrativa picaresca. Ainda que descrevam alguns aspectos de composição do livro, as generalizações da crítica deixam em segundo plano a presença de um universo brasileiro também em operação no romance, e diluem, por outro lado, os dados de historicidade contidos dentro dele. De acordo com nossa perspectiva, esses dados históricos podem ser recolhidos através da caracterização do narrador como um cafetão que possui habilidade com o manejo das palavras, e que se considera um intelectual subdesenvolvido. Levando em conta essa imagem em negativo do homem de letras brasileiro como gigolô das palavras, o objetivo deste trabalho é examinar o romance de Marcos Rey a partir de dois contextos significativos: a trajetória profissional construída pelo autor no coração das indústrias do entretenimento desde os anos 1950, e o momento histórico vivido pelo Brasil nas décadas de 1960 e 1970, tempos de ditadura militar e de consolidação da indústria cultural no país. As Memórias de um gigolô também são vistas aqui como ponto de convergência para os futuros rumos da ficção de Marcos Rey, cada vez mais aberta à presença de personagens ligados ao universo das letras. Através da análise de dois de seus contos, Soy loco por ti América! (1977) e O bar dos cento e tantos dias (1977), veremos de que modo essas questões se integram à sua obra posterior.